Polícia investiga morte de Benoni Alencar


03/10/2011


Policiais da Delegacia de Casimiro de Abreu (121ª DP), norte fluminense, estão investigando a morte do jornalista Benoni Alencar, 66 anos, cujo corpo foi enterrado no último dia 28, em Rio das Ostras, Região dos Lagos. Alencar foi encontrado morto no dia 27, em sua residência, no distrito de Palmital, entre Casimiro de Abreu e Rio das Ostras, com marcas no pescoço, possivelmente decorrentes de estrangulamento. A polícia trabalha com a hipótese de latrocínio, já que parentes relataram o roubo de um computador, objetos pessoais e dinheiro. 

O velório foi realizado na sede da biblioteca comunitária em Palmital, da qual o jornalista é um dos fundadores.

 
Nascido no Piauí, Benoni Alencar participou de lideranças estudantis contra a ditadura militar de 1964, e chegou a ser preso na capital Teresina. Vitima de perseguição política em seu Estado, Benoni Alencar mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou nas redações de O Globo e Jornal do Brasil. Ao longo de sua trajetória foi defensor das causas populares e ambientais. Fundou núcleos partidários no PT, nos anos 1980, e, recentemente, no PSOL.
 
Na década de 90, Benoni Alencar, criou em Niterói, o Caderno Oceânico, com a ajuda da mulher, a jornalista, poetisa e militante política Sílvia Thomé, brutalmente assassinada em 1994, numa praia em Niterói. O crime gerou comoção e protestos e foi relatado em um documentário em curta-metragem.
 
Anos depois, Benoni Alencar mudou-se para a Região dos Lagos, tendo trabalhado na função de editor durante três anos na Folha dos Municípios.
 
Em 2001, o jornalista fundou um periódico em Casimiro de Abreu, mas interrompeu a atividade em função de um acidente vascular cerebral, que resultou em problemas de locomoção.
 
Aprovado em um concurso público, o jornalista trabalhou nos últimos anos no Tribunal de Justiça de Rio das Ostras.
 
Benoni Alencar deixa três filhas, uma delas repórter do Estado de S. Paulo.
 
-Ele era um jornalista muito rigoroso, exigia uma compreensão enorme da língua portuguesa. Primava pela concisão e tinha em Graciliano Ramos uma espécie de mentor. Lembro que ele tinha uma personalidade explosiva e não tinha medo de bater de frente com as pessoas, recorda o editor da Folha dos Municípios, Aldo Gomes, que iniciou a carreira no Caderno Oceânico e foi chefiado por Benoni Alencar.