Paulo Jeronimo, presidente da ABI, recebe a Medalha Tiradentes


30/03/2022


“Boa noite a todas e todos

Agradeço ao Deputado André Ceciliano por ter colocado em votação o requerimento da Deputada Mônica Francisco me homenageando. Aproveito para destacar toda ajuda que o presidente da Alerj vem prestando à ABI, principalmente depois que a pandemia provocou um grande abalo nas finanças da entidade, além de agradecer os elogios que proferiu a meu respeito.

Quero ressaltar as várias mensagens que recebi de amigos e personalidades, congratulando-me pelo prêmio que me foi conferido. Entre essas mensagens, quero destacar os elogios proferidos por Guilherme Boulos, pelo ator Wagner Moura, pelo ex-presidente Fernando Henrique e pelo prefeito Eduardo Barison, da minha querida Mococa, no Estado de São Paulo.

Aproveito para agradecer as palavras generosas dos oradores que me antecederam, e que me emocionaram. Muito obrigado à brilhante jornalista e amiga Cristina Serra e aos companheiros e amigos Cid Benjamin e Ivan Acioli.

Meus mais profundos agradecimentos à Deputada Mônica Francisco, pela concessão da Medalha Tiradentes, a mais alta comenda do Estado do Rio de Janeiro, e também pelos seus elogios. Sinto-me honrado por esta homenagem, ainda mais partindo de uma guerreira, de origem humilde, nascida no Morro do Borel. 

Eu não conhecia Mônica Francisco.  Sabia apenas que ela conseguira a proeza de lotar o auditório da ABI, com mais de 800 pessoas no lançamento de sua candidatura à deputada. 

Com apenas 14 anos, começou a trabalhar como operária, em fábricas nos arredores da Tijuca. Com 17 anos, já militava nas rádios comunitárias das favelas tijucanas. Logo depois, assumiu a presidência da associação das rádios comunitárias do Rio. Com 18 anos, fundou um jornal comunitário que circulava nas favelas com grande sucesso. Anos depois chegou à colunista do Jornal do Brasil. Entre ser radialista e jornalista, resolveu cursar Ciências Sociais na UERJ. 

Hoje, Mônica representa as vozes femininas da periferia, da comunidade LGBTQIS+, das faveladas e de todas as mulheres do Rio de Janeiro. Assessora de Marielle Franco, Mônica reproduz, com honradez e coragem, a trajetória de sua antiga companheira, na luta pelas conquistas sociais e pela manutenção do estado democrático do direito.

Quero também manifestar o meu mais profundo agradecimento aos jornalistas Márcio Anastácio, Rodrigo Teixeira, Sidney Rezende, Edu Carvalho, Diego Francisco, Patrícia Barros, João Dionísio, Kelmenn Freitas, Milena Andrade, Maria Luiza Mendes, Janaina Ribeiro, Renata Izal, Neuza Oliveira, Carol Castro e Patrícia Dantas, que se reuniram e sugeriram espontaneamente meu nome à Deputada Mônica Francisco para a concessão da Medalha Tiradentes.

A Associação Brasileira de Imprensa é uma entidade que há 114 anos está na trincheira da luta pelas liberdades democráticas, pela liberdade de imprensa e pelos direitos humanos. 

Foi lá que, na década de 50, foi lançada a campanha “O Petróleo é Nosso”, que originou a Petrobrás, que nós consideramos nossa filha. Depois de anos de luta contra a ditadura, a ABI lançou a Campanha Diretas Já, que culminou com o fim dos 21 anos de escuridão. Entre outros grandes feitos foi também na ABI que originou o movimento pelo impeachment de Collor, numa memorável campanha de Barbosa Lima Sobrinho. Ninguém poderia imaginar, que anos depois, o povo brasileiro elegeria um presidente muito pior, tosco, e ignorante num verdadeiro atentado à democracia.

Até a ditadura, todos os Presidentes da República davam entrevista na ABI, entre eles Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. Todos os visitantes estrangeiros ilustres também concediam entrevistas na ABI, destacando-se Fidel Castro, Che Guevara, Robert Kennedy, Iuri Gagarin e muitos outros.

Quero neste momento, agradecer profundamente aos sete brilhantes advogados que nos assessoram, gratuitamente, nesses três anos. Foram eles os autores dos nossos pedidos de impeachment do Bolsonaro, do Pazuello, do Queiroga e do Aras e das ações que ingressamos no Supremo, sempre em defesa democracia, da liberdade de imprensa e em defesa dos jornalistas perseguidos e agredidos. Muito obrigado, Carlos Nicodemos, Claudio Pereira de Souza Neto, Ítalo Aguiar, João Tancredo, Luís Guilherme Vieira, Renato Tonini e Zeca Lira.

Toda a classe jornalística agradece este trabalho inestimável e extremamente profissional.

Um agradecimento muito especial aos funcionários da ABI que compartilharam com a diretoria todos os nossos problemas, principalmente no início da gestão, quando assumimos com as contas bancárias canceladas. Nunca reclamaram quando fomos obrigados a atrasar salários e foram solidários até conseguirmos colocar as finanças em ordem.

Um agradecimento especial ao Lula Vieira, um dos mais consagrados publicitários deste País, que, junto com seus assessores, Patrícia Aguiar e Marcelo Bitencourt, idealizaram e implantaram uma excepcional campanha publicitária de arrecadação de fundos para nossa combalida ABI no auge da pandemia.

Meus agradecimentos também a Beatriz Bracher, que, através de sua ONG, Galo da Manhã e de seus assessores promoveu uma generosa contribuição à ABI, que muito nos ajudou.

Depois de enfrentar uma grave crise nos últimos 20 anos, hoje tenho orgulho de afirmar que, com a ajuda dos brilhantes companheiros, conseguimos resgatar o protagonismo da ABI e recuperar sua imagem positiva e tão respeitada por toda a sociedade brasileira.

Quero nesse momento compartilhar com meus companheiros Cid Benjamin, Marcus Miranda, Vera Perfeito, Andréa Penna, Antero Luís, Juca Kfouri, João Batista Damasceno, Lívia Ferrari, Rogério Marques, Alceste e tantos outros as homenagens que esta Casa Memorável está nos prestando. E sem nos esquecer dos que já se foram: Milton Coelho da Graça, Jesus Chediak, Ricardo Carvalho, Sergio Caldieri e Jarbas Domingos, entre tantos outros.

Quero também agradecer minha querida e amada companheira Regina, que tanto me ajudou a conduzir os trabalhos da ABI. Aos meus filhos João, Mariana, Daniel e Rafael, e aos meus queridos netos, Giovanna, Georgia, Isabela, João Paulo e Carol, os meus profundos agradecimentos.

Mas nem tudo foram flores no meu mandato de três anos de ABI. Nesse período perdi minha filha Gabriela e dois irmãos, Mariazinha e Luiz Antonio. Como católico tenho certeza de que eles estão aqui presentes compartilhando comigo esta noite tão gloriosa.

Queridas amigas, queridos amigos, queridos companheiros nós podemos nos orgulhar. Conseguimos ressuscitar a ABI. A ABI hoje está mais viva do que nunca. Sempre na trincheira da luta pela democracia e pelas liberdades. Muito obrigado. Viva a ABI!!