Os times das fábricas e os árbitros gays que se destacaram no futebol  


08/11/2021


Por Marcos Gomes, jornalista, membro da Comissão de Cultura e Lazer da ABI
Dois livros que têm o futebol como pano de fundo serão apresentados por seus autores, no ABI Esporte, nesta segunda-feira, 8. Bernardo Buarque de Hollanda e Paulo Pontes escreveram  “Futebol e Mundos do Trabalho no Brasil”, enquanto Anna Davies e Carlos Nobres contam as histórias de três árbitros gays que se destacaram no futebol.
Texto
Em Futebol e Mundos do Trabalho no Brasil os autores Bernardo Buarque de Hollanda e Paulo Fontes oferecem “texturas sobre adventos relevantes do futebol brasileiro, como os times das fábricas e a influência britânica, a luta pelo futebol feminino entre 1920 e 1980, os clubes amadores de São Paulo nas décadas de 1940 e 1950 e a origem do futebol como profissão, entre outros”.
Pelas perspectivas de áreas como antropologia, história e sociologia, os autores convidam a pensar sobre os entrelaces entre futebol, política e sociedade, em recortes temporais distintos.
Os jornalistas Anna Davies e Carlos Nobre (in memoriam) narram em Parada Dura a jornada de herói de Paulino Rodrigues (“Borboleta”) e as histórias de “Margarida” (Jorge Emiliano dos Santos) e “Bianca” (Walter Senra), o trio de árbitros de futebol declaradamente gays, que abalaram a cena esportiva do Rio de Janeiro e do Brasil.
Nos 24 capítulos de Parada Dura, a vida desses três polêmicos e divertidos personagens acontece de forma inesperada, corajosa e alegre, às vezes triste e até trágica.
Apresentado pelo jornalista Marcos Gomes, o ABI esporte terá também a participação de Sandra Martins, da Comissão dos Jornalistas pela Igualdade Racial – Cojira-Rio.
Bernardo Buarque de Hollanda é Pesquisador do CPDOC,  Professor da Escola de Ciências Sociais (FGV), Coordenador do MBA em Bens Culturais (São Paulo). É professor-adjunto da Escola de Ciências Sociais FGV CPDOC e pós-doutor pela Maison des sciences de l’homme de Paris (Bourse Hermès-2009) e pela University of Birmingham (Rutherford Fellowship – 2018).
Paulo Fontes é doutor em História Social pela Unicamp e professor adjunto em História do Brasil na UFRJ. Atualmente pesquisa temas como A queda da “República Sindical”: Ditadura e mundos do trabalho no Rio de Janeiro (1964-1978). “Quando as fábricas fecham”: desindustrialização e cultura do trabalho no Rio de Janeiro. Cidade de Metal: Os metalúrgicos em São Paulo nos anos 1970.
A mineira Anna Davies foi repórter e apresentadora de programas de rádio e TV. Mas suas competências vão além disso, porque é também redatora e editora de jornais e revistas, e assessora de imprensa. Estreou como escritora no Suplemento Literário do jornal Minas Gerais, em 1970, e na Revista Literária, da UFMG. Cursou Teatro na UFMG e participou de novelas da TV Globo, nos anos 1980. Foi a primeira jornalista negra a ser destaque na TV brasileira, chegando a apresentar o Jornal Nacional e o Fantástico, da Rede Globo, onde trabalhou entre 1972 e 1977. Trabalhou também nas tevês Educativa, Band e SBT.
Carlos Nobre Cruz (1953–2019), sergipano, docente do Departamento de Comunicação da PUC-Rio, Cruz se dedicava a aulas sobre Jornalismo e Racismo. Formado em Jornalismo, trabalhou no Jornal do Brasil e n’O Dia. Era mestre em Ciências Penais pela Universidade Cândido Mendes, pesquisador NIREMA (Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente) do Departamento de História da PUC-Rio. Autor de oito livros, planejava lançar o Guia Afetivo sobre Joãozinho da Gomeia.