Morre o cartunista Ikenga

É com profundo pesar que recebemos a triste notícia do falecimento na segunda-feira (1º/4) do cartunista Bonifácio Rodrigues de Mattos, conhecido como Ikenga, que também será lembrado por sua generosidade e por sua dedicação em utilizar sua arte como uma ferramenta para promover a justiça social e no enfrentamento ao racismo.

Ykenga trabalhou em diversos jornais como O Pasquim, Ultima Hora, O Fluminense, Jornal dos Sports, Jornal do Commércio, O Dia, A Notícia e Meia Hora. Sua trajetória o levou para as páginas de impressos no exterior como o La Juventude, do Uruguai e Starchel, da Bulgária. Trabalhou com o sociólogo Herbert de Souza no Ibase, e estudou no colégio Santo Inácio.

Seu talento para o desenho foi notado, ainda em criança, por uma professora que logo o destacou para produzir os cartazes da divulgação das festas da escola, o que lhe garantiu muito prestígio junto à direção e acesso ao farto lanche servido diariamente na sala dos professores, conforme contou numa entrevista ao programa da Semana da Consciência Negra da ABI, há dois anos.

Sua partida deixa um vazio não apenas entre os seus colegas jornalistas, mas também no coração de todos que tiveram o privilégio de conhecer seu talento e a sua firmeza de propósito contra as injustiças sociais, que atingem a população negra, maioria nesse País.

Ikenga foi muito mais do que um artista excepcional: ele foi um contador de histórias habilidoso, cujas obras sempre trouxeram humor, perspicácia e reflexão. Seus desenhos eram uma expressão vívida de sua visão do mundo, e sua habilidade em capturar a essência de questões sociais e políticas era incomparável.

Diretoria de Igualdade Étnico-Racial da ABI

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