Momentos marcantes dos 111 anos do Vasco – II


08/09/2009


A recuperação do “Expresso da Vitória” 

Elenco campeão carioca de 1952

Depois da péssima campanha no campeonato carioca de 1951 sob o comando técnico de Oto Glória, o time do Vasco ficou desacreditado. Para muitos o poderoso “Expresso da Vitória” estava acabado. O veterano Gentil Cardoso chegou a São Januário, com a experiência acumulada em sua longa trajetória no futebol, deu a injeção de ânimo necessária a equipe e o “Expresso” retomou o caminho das vitórias. O “Velho Marinheiro” mesclou a juventude do zagueiro Haroldo e dos atacantes Sabará, Edmur e Vavá com a experiência dos veteranos Augusto, Eli, Danilo, Jorge, Maneca, Ademir, Ipojucan e Chico. A conquista antecipada do título carioca de 1952 se deu na penúltima rodada com o triunfo de 2 a 1 sobre o Bangu. O jovem e estreante Vavá marcou o gol da vitória e do título.
Jogadores e comissão técnica campeões de 1952; em pé, Amilcar Giffoni (médico), Nilton Cardoso (auxiliar técnico), Gentil Cardoso (técnico), Barbosa, Augusto, Haroldo, Chico (roupeiro), Belini, Ciro Aranha (presidente), Ernani, Jorge, Danilo, Sarno, Eli, João Silva (vice-presidente de futebol profissional), Mão de Pilão (massagista); agachados, Pelegrini (preparador físico), Mário Américo (massagista), Sabará, Ademir, Vavá, Alfredo, Isabelino, Ipojucan, Maneca, Jansen, Edmur e Chico. 

Martim Francisco o grande comandante de 56

Após levar o América a decisão do campeonato carioca de 1955 com o Flamengo, Martim Francisco foi contratado pelo Vasco na semana anterior a realização da melhor de três entre rubro-negros e americanos. Logo após o término do campeonato de 1955, em abril de 56, a delegação do Vasco embarcou para o exterior. O bom mineiro de Ouro Preto aproveitou a excursão para ajustar o time. Carlos Alberto Cavalheiro, Belini, Orlando, Coronel, Vavá se firmaram como titulares ao lado de Paulinho de Almeida, Laerte, Sabará, Livinho, Valter Marciano e Pinga. Mais uma vez o Vasco conquistava o título por antecipação.
O time base com a faixa de campeão: Carlos Alberto, Paulinho, Martim Francisco, Belini, Laerte, Orlando e Coronel; Sabará, Livinho, Vavá, Valter e Pinga. 

O supersuper carioca de 1958

/TABLE>O competente Gradim, depois de vencer o Torneio Rio-São Paulo e o Torneio Início, levou o Vasco ao título do supersuper carioca de 1958. O veterano Barbosa retornou a São Januário, a linha de zagueiros foi mantida com Paulinho, Belini, Orlando e Coronel, o ex-tricolor Écio substituiu Laerte, formando o meio campo com Roberto Pinto ou Waldemar ou Rubens e o ataque contava com Sabará, Almir, Vavá, Delém, Wilson Moreira, Pinga.
Após a última rodada do campeonato Botafogo, Flamengo e Vasco estavam empatados com 12 pontos perdidos. Ficou estabelecido que os clubes disputariam um triangular para apontar o campeão. Depois dos três jogos (Vasco 2 x Flamengo 0; Flamengo 2 x Botafogo 1; Botafogo 1 x Vasco 0) botafoguense, rubro-negros e vascaínos se enfrentaram novamente. O Vasco venceu o Botafogo por 2 a 1 gols de Pinga (2) e Quarentinha; Flamengo e Botafogo empataram de 2 a 2; e finalmente o empate de 1 a 1 com o Flamengo deu ao Vasco o título de campeão carioca de 1958. Roberto Pinto fez o gol cruzmaltino e Babá igualou o marcador.
Antes da partida final contra o Flamengo, Gradim dá instruções aos jogadores Coronel, Écio, Orlando, Delém, Almir e Paulinho 

Tim acaba com doze anos de jejum

Gradim dá instruções aos jogadores do Vasco antes da final contra o Flamengo

O elenco vascaíno não possuía grandes nomes na temporada de 1970. As exceções eram o goleiro argentino Andrada, o lateral direito Fidélis e o atacante Silva, o Batuta.
Elba de Pádua Lima, o Tim, exímio estrategista, procurou tirar o melhor de cada jogador, conseguindo formar um conjunto consistente taticamente e com grande espírito de luta.
Time campeão estadual de 1970 com as faixas: em pé, Andrada, Alcir, Renê, Moacir, Eberval e Fidélis; agachados, Santana (massagista), Luís Carlos, Buglê, Silva, Valfrido e Gilson Nunes. 

O primeiro título brasileiro

Cruzeiro, Internacional, Santos e Vasco disputaram a fase decisiva do campeonato brasileiro de 1974. No quadrangular, com apenas um turno, o Vasco ganhou do Santos por 2 a 1 e empatou com o Internacional por 2 a 2 e com o Cruzeiro de 1 a 1.
O clube mineiro que vencera o Santos por 3 a 1 e empatara com o Vasco (1 a 1) e o Internacional (1 a 1) foi o adversário do Vasco no jogo extra para decidir o título.
No dia 1 de agosto de 1974, a partida extra, inicialmente marcada para Belo Horizonte e depois mudada para o Rio, terminou com a vitória do Vasco por 2 a 1.
Time campeão brasileiro de 1974: em pé, Andrada, Miguel, Alcir, Fidélis, Moisés e Alfinete; agachados, Jorginho Carvoeiro, Zanata, Ademir, Roberto “Dinamite e Luís Carlos. 

Titio Fantoni e seus sobrinhos dão título ao Vasco

Amigo de seus comandados, Orlando Fantoni não teve dificuldade de promover a união entre os integrantes do elenco do Vasco na temporada de 1977. Os jogadores o chamavam carinhosamente de titio. A base do time era formada por Mazaropi, Orlando, Abel, Geraldo e Marco Antônio; Zé Mário, Zanata e Dirceu; Wilsinho, Roberto “Dinamite” e Paulinho. No jogo decisivo, o Vasco, vencedor do 1º turno, enfrentou o Flamengo, vencedor do 2º turno, no dia 28 de setembro de 1977.
A partida terminou com o resultado de 0 a 0 no tempo normal. Na série dos tiros livres da marca do pênalti, o Vasco venceu por 5 a 4. Júnior (Flamengo 1 a0), Paulinho (Vasco 1 a 1), Cláudio Adão (Flamengo 2 a 1), Orlando (Vasco 2 a 2), Osni (Flamengo 3 a 2), Dirceu (Vasco 3 a 3), Zandonaide (Vasco 4 a 3), Zico (Flamengo 4 a 4), Roberto (Vasco 5 a 4). Na 5ª tentativa rubro-negra, Tita chutou colocado e Mazaropi defendeu.
Elenco campeão estadual de 1977: de cima para baixo, a partir da esquerda, Gilson Paulino, Paulo Roberto, Jair Bragança, Mazaropi, Maurílio, Zandonaide, Roberto “Dinamite” e Geraldo; 2ª fila, Antônio Lopes, Jorge, Prado, Zanata, Fernando, Gaúcho, Luís Augusto, Abel, Orlando Fantoni, Severino e Djalma Cavalcanti; 3ª fila, sentados, Wilsinho, Guina, Zé Mário, Helinho, Orlando “Lelé”, Paulinho, Dirceu e Ramon. 

Segundo título brasileiro 

Nelsinho é carregado após o título

Na segunda fase do campeonato brasileiro de 1989, dezesseis clubes foram divididos em dois grupos. Cada clube enfrentou as equipes do outro grupo em um só turno. Vasco e São Paulo, vencedores dos grupos, decidiram o título.
A melhor campanha dos vascaínos lhes propiciou escolher o local do jogo de ida e a vantagem de dois pontos sobre o São Paulo. No dia 16 de dezembro, os comandados competente Nelson da Rosa Martins, o Nelsinho, venceram os tricolores paulistas por 1 a 0 gol de Sorato, o Morumbi, e se sagraram campeões brasileiros.

O primeiro tri do Vasco

Sem o Maracanã, interditado devido a queda da grade da arquibancada à direita da tribuna de honra, na final do campeonato brasileiro entre Botafogo e Flamengo, o campeonato estadual de 1992 teve seus clássicos realizados em São Januário. Joel Santana formou a base do time com Carlos Germano, Luís Carlos Winck, Jorge Luiz, Tinho e Cássio; Luizinho, Leandro, Carlos Alberto Dias e Bismark; Roberto “Dinamite” e Edmundo. O Vasco venceu os dois turnos e conquistou o título estadual. No ano seguinte, o Fluminense surpreendeu e ganhou a Taça Guanabara (1º turno). O Vasco, que manteve Joel Santana como técnico, ganhou a Taça Rio e decidiu o campeonato com o tricolor das Laranjeiras.
O regulamento estabelecia que a decisão do campeonato fosse numa melhor de quatro pontos. O Vasco venceu o primeiro jogo por 2 a 0 gols de Waldir e precisava apenas do empate no segundo jogo. Os tricolores conseguiram se igualar aos vascaínos ao vencerem a segunda partida por 2 a 1, obrigando a realização da negra. No dia 16 de julho, o Vasco, com a vantagem do empate em razão de ter somado o maior número de pontos em todo o campeonato, segurou o placar em branco e conquistou o bicampeonato.
A fase final do campeonato estadual de 1994 foi disputada por quatro clubes em turno e returno: Vasco levando a vantagem de dois pontos por ter vencido o grupo A e pelo maior número de pontos na fase de classificação; Fluminense com um ponto de bonificação como ganhador do grupo B; Flamengo, segundo colocado do grupo A; e Botafogo, segundo da chave B. Após os resultados de 1 a 0 e 3 a 1 contra o Botafogo, dois empates de 1 a 1 diante do Flamengo, e 1 a 1 com o Fluminense, o Vasco enfrentou o tricolor no último jogo do quadrangular. Com qualquer resultado sairia o campeão. O empate daria o título ao Flamengo, em razão do maior número de vitórias; o triunfo beneficiaria vascaínos, que ficariam com maior número de pontos, ou tricolores com maior saldo de gols.
No dia 15 de maio de 1994, o técnico Jair Pereira escalou Carlos Germano, Pimentel, Ricardo Rocha, Torres e Cássio; Leandro, Luizinho, França, William e Yan; Waldir e Jardel. Esse time derrotou o Fluminense por 2 a 0 gols de Jardel e conquistou o primeiro tricampeonato para o Vasco da Gama.

O terceiro título brasileiro

Após se classificar na primeira fase, quando enfrentou vinte e cinco adversários, em turno e returno, o Vasco venceu a sua chave com quatro clubes e decidiu o título com o Palmeiras ganhador do, outro grupo. Jogando por dois empates, devido a maior soma de pontos, o time comandado por Antônio Lopes empatou de 0 a 0 no Morumbi e no Maracanã. O Vasco com 70 pontos terminou com a vantagem de 12 pontos sobre o Palmeiras.
Elenco campeão brasileiro de 1997: em pé, Sorato, Márcio, Carlos Germano, Alex, Mauro Galvão, Válber, Nelson e Odvan; agachados, Edmundo, Maricá, Felipe, Pedrinho, Ramon, Mauricinho, Nasa, Juninho Pernambucano e Luisinho. 

A segunda conquista da América 

M. Galvão e Luizão erguem a Taça

O primeiro adversário do Vasco, na Taça Libertadores da América, foi o Grêmio. Depois de perder por 1 a 0 e ganhar de 3 a 0, o time carioca jogou diante das equipe mexicanas do Guadalajara (0 a 1 e 2 a 0) e do América (1 a 1 e 1 a 1). Nas oitavas de final o Vasco enfrentou o Cruzeiro (2 a 1 e 0 a 0), voltou a jogar contra o Grêmio (1 a 1 e 1 a 0) nas quartas de final, e se classificou para as semifinais, cujo adversário foi o River Plate, da Argentina (1 a 0 e 1 a 1). Na segunda partida no Monumental de Nuñez quando faltavam poucos minutos para terminar, o excelente Juninho Pernambucano soltou um foguete da intermediária argentina, batendo falta, e colocou o Vasco na final.
As partidas finais contra o Barcelona de Guaiaquil foram disputadas em agosto, mês do centenário do clube. No dia 12, o Vasco venceu por 2 a 0, em São Januário, gols de Donizete e Luizão. Em Guaiaquil, no Estádio Monumental, no dia 26, veio a vitória consagradora por 2 a 1, gols novamente da dupla Luizão e Donizete.

Centro Histórico-Esportivo 

Homenagem
Adeus ao mais vibrante do Brasil 

José Rezende
Digo sempre com orgulho que convivi com a geração de ouro da locução esportiva do rádio brasileiro. Fui ouvinte e depois companheiro de profissão de Oduvaldo Cozzi, Jorge Curi, Clovis Filho, Waldir Amaral, Sérgio Paiva, Celso Garcia, José Cabral, Raul Longras, Orlando Batista e de tantos outros que construíram com brilhantismo a história da radiofonia esportiva brasileira. 

Na madrugada do último sábado, dia 29 de agosto de 2009, convocado para a seleção do céu, partiu Doalcei Benecdito Bueno de Camargo, um dos monstros sagrados desse elenco. Nosso querido Doalcei Camargo, o Dodô como era chamado carinhosamente pelos seus inúmeros amigos.
Vindo de Marília, interior de São Paulo, Doalcei conseguiu a medida certa entre os estilos paulista e carioca de narrar futebol. A vibração com que transmitia os jogos justificou com justiça o slogan de o “mais vibrante do Brasil”. 

Dodô era um legítimo representante da geração dos grandes locutores esportivos e um de seus principais nomes, numa época em que a excepcional qualidade dos profissionais mantinha uma saudável concorrência entre as várias emissoras, dando aos ouvintes um leque de boas opções.
Tive o prazer de ser um dos comandados de Doalcei Camargo lá pelos idos de 65 a 66, na Rádio Tupi, numa equipe formada por grandes nomes, profissionais experientes, ao lado de jovens aprendizes: Geraldo Luís, Benjamin Wrigth, Afonso Soares, Waldemar de Barros, Telê Santana Mário Vianna, Rujani Martins, Wilson Lucas, Orlando Campos, Roberto Alves, Renato Brandariz. 

Pude conhecer de perto não apenas as qualidades profissionais de Doalcei, mas também sentir o seu lado humano. O caráter incontestável, a simplicidade de seu comportamento e a amabilidade no trato com as pessoas marcaram a vida do homem Doalcei. 

Depois de emocionar uma legião de ouvintes ao longo de sua trajetória profissional pelos microfones das Rádios Globo, Continental, Guanabara, Tupi, Nacional, ultimamente, ao lado de Luiz Ribeiro, na Rádio Tupi, Doalcei apresentava de segunda a sexta-feira, às oito e meia, “Toque de Mestre”, análise dos principais fatos esportivos do dia. Aos domingos, de meio dia às três horas, integrava a equipe do programa “Bola em jogo” com Luiz Ribeiro, Yata Anderson, Rubens Leão, Jorge Nunes, Toni Vendramini e Luana Alves.
Além da locução esportiva, Doalcei trabalhou nas revistas Esporte Ilustrado e Manchete Esportiva – 2ª fase. Em 1951, cobriu para a revista Esporte Ilustrado o único jogo de Heleno de Freitas no Maracanã, quando o craque vestiu a camisa do América na derrota por 3 a 1 diante do São Cristóvão, na 6ª rodada do turno do campeonato carioca.
A voz vibrante de Doalcei Camargo ecoará eternamente na lembrança de todos os seus inúmeros amigos e admiradores. No coração de cada um a emoção da sua presença será eterna. 

Doalcei, segundo a partir da esquerda, foi o jornalista da delegação do seu América, na excursão por países sul-americanos em 1950. 

O nome de Doalcei na equipe da Emissora Continental liderada por Waldir Amaral. 

Doalcei no comando da equipe esportiva da Rádio Tupi ao lado dos profissionais nomeados no texto. 

Na Rádio Guanabara, Doalcei comandou a equipe integrada por João Saldanha, Mário Vianna, Sérgio Paiva, Paulo César Tênius, Vitorino Vieira, Alfredo Raimundo, Fernando Carlos, Airton Rabelo, Geraldo Serrano e José Dias.