Mais de 50 jornalistas são mantidos reféns


Por Edir Lima

15/12/2015


sequestroO relatório anual da Organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) registrou que cinquenta e quatro jornalistas continuam sequestrados em todo o mundo. O número é superior ao do ano passado, quando foram constatados 40 casos. O levantamento aponta a Síria como o lugar mais perigoso do mundo para os jornalistas, que “são um alvo fácil para grupos radicais como o Estado Islâmico ou a Frente Al-Nusra”. Ao todo, 26 profissionais são reféns nessa região. Apenas o EI mantém 18 deles em cativeiro na Síria e no Iraque.

O que chama a atenção no relatório é sobre a queda do número de novos casos de raptos que caiu 34% este ano, apesar do alto índice de jornalistas sequestrados. A ONG explica que a justificativa se deve à mudança da situação na Ucrânia, onde havia maior incidência em 2014.

Cerca de 70% dos sequestros deste ano ocorreram em zonas de conflito e somente 5% eram jornalistas estrangeiros no país onde foram feitos reféns. O número de profissionais presos também teve queda, passando de 178 em 2014 para 153 este ano.

A ONG alerta que, apesar da baixa, ainda há casos que devem ser lembrados, como o da China, onde 23 jornalistas estão presos. Em seguida aparece o Egito, com 22, o Irã, 18, e a Eritreia, 15. A RSF também inclui 161 “jornalistas-cidadãos” e 14 colaboradores.

A entidade lembrou ainda a situação da Turquia, apontado como uma “espiral repressiva”, classificando-o entre as cinco maiores prisões do mundo para jornalistas. No total, nove profissionais foram detidos.

Segundo a organização, oito jornalistas são considerados desaparecidos, isto é, “quando não há elementos suficientes para determinar se foi vítima de um homicídio ou de um sequestro e não existe nenhuma reivindicação verificável”.

O Oriente Médio e o norte da África são as regiões com o maior índice de profissionais desaparecidos. “A incerteza que existe sobre o destino dos desaparecidos é uma temível arma de dissuasão para os que querem trabalhar em zonas de risco”, afirma.

O balanço divulgado na última segunda-feira (14) não inclui os jornalistas mortos em 2015. O número será anunciado pela RSF no final de dezembro.