Livro retrata jardins históricos do Rio


13/05/2013


Publicação resgata a história dos principais parques e jardins da cidade do Rio de Janeiro. (Crédito: Reprodução)

Publicação resgata a história dos principais parques e jardins da cidade do Rio de Janeiro. (Crédito: Reprodução)

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, com apoio da Ceg Rio e da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, lançaram o livro “Jardins do Rio”, de autoria do arquiteto Carlos Fernando Moura Delphim, coordenador-geral de patrimônio natural do Iphan, e coautoria da arquiteta Isabella Cury. A publicação, lançada pela Atlântica Editora, sob supervisão de Renata Lima, é ricamente ilustrada com fotografias de jardins históricos da Cidade Maravilhosa, produzidas por Bruno Veiga e Pepê Schetino.

Para Delphim, hoje com 68 anos, a importância da obra não se resume apenas a mostrar a beleza desses lugares, mas a história de cada um. Entre as histórias preferidas doautor, está a do Passeio Público, no Centro:

— Uma linda jovem chamada Suzana morava na Lagoa do Boqueirão, um local muito sujo e degradado. Ela era tão linda, que o vice-rei D. Luís de Vasconcelos e Sousa e o escultor Mestre Valentim se apaixonaram por ela e resolveram construir aquele jardim. Como ela tinha um coqueiro em casa, mandaram fazer um coqueiro de bronze e colocaram lá. Este coqueiro sumiu, mas a história permanece ali – conta Delphim.

Estátuas do deus romano Marte, no recém-reformado Jardim do Valongo, local onde funcionou um dos maiores mercados negreiros da História do País. (Crédito: Reprodução)

Estátuas do deus romano Marte, no recém-reformado Jardim do Valongo, local onde funcionou um dos maiores mercados negreiros da História do País. (Crédito: Reprodução)

A ideia de uma publicação voltada para os jardins do Rio de Janeiro surgiu depois da produção do livro “Jardins do Brasil”, também de autoria de Delphim e lançado pela Atlântica Editora.

— Esses lugares são verdadeiras relíquias que passam despercebidas. Fizemos o livro “Jardins do Brasil”, mas os locais do Rio são tão encantadores que resolvemos editar um segundo livro falando apenas dos jardins cariocas, – comenta Renata.

O livro, que também traz versões em inglês e espanhol, reúne imagens de locais como Passeio Público e Jardins Internos do Palácio do Itamaraty, no Centro; do Jardim Botânico, Jardim de Alah e Instituto Moreira Salles, na Zona Sul; do Sítio Burle Marx e do Bosque da Barra, na Zona Oeste, e da Quinta da Boa Vista e do Observatório Nacional, na Zona Norte da cidade, entre outros.

— É curioso, por exemplo, saber que funcionou no Jardim Botânico uma fábrica de pólvora. D. João construiu a fábrica e também criou um “Jardim de Aclimação”. Duas propostas tão diferentes em um lugar tão rico – completa Delphim.

Aterro do Flamengo, idealizado pelo paisagista Burle Marx (1909-1994) com mais de um milhão de espécies tropicais no Aterro. (Crédito: Reprodução)

Aterro do Flamengo, idealizado pelo paisagista Burle Marx (1909-1994), com mais de um milhão de espécies tropicais. (Crédito: Reprodução)

Texto: Igor Waltz

* Com informações de O Globo Online.