Lideranças de rádios e TVs Comunitárias são recebidas pelo GT de Comunicações da equipe de transição


25/11/2022


Na quarta-feira (23/11/22), o presidente da TV comunitária de Brasília e diretor da Abccom – Associação Brasileira de Canais Comunitários, Paulo Miranda, juntamente com as lideranças da ABRAÇO – Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária, Geremias Santos (presidente) e Ronaldo Martins (secretário-geral), e Daniel, de rádios comunitárias de Santa Catarina, foram recebidos pelo GT de Comunicações da equipe de transição de governo.

Com apoio dos deputados federais André Figueiredo e Bohn Gass, as lideranças comunitárias foram recebidas pelos membros do GT: Paulo Bernardo, César Alvarez, Helena Martins e Jorge Bittar.

A Abraço representa cerca de 5.200 rádios comunitárias no país. Por sua vez, a Abccom representa cerca de 120 emissoras comunitárias e uma por satélite, a ComBrasil, que pode ser acessada em todos os municípios do páis pelos canais 28 da SKY e da OiTV, 3 da Claro TV, 239 da VivoTV e 20 da Nossa TV, e algumas empresas de tv por streaming.

Paulo Miranda protocolou junto ao GT dois documentos: uma Carta das TVs Comunitárias para o Presidente Lula e um Estudo Georeferenciado de TVs Públicas realizado pela ANCINE – Agência Nacional de Cinema.

O presidente da Abraço também entregou ao GT dois documentos: a Carta das Rádios Comunitárias e um outro documento intitulado “Descriminalização, Anistia, Sustentabilidade e Funcionalidade”, que vai assinado pela CUT Brasil, Amarc Brasil, Abraço, FNDC, CTB e MNRC.

CARTA DAS TVs COMUNITÁRIAS PARA O PRESIDENTE LULA

Desde 2001, os canais comunitários brasileiros, com muita responsabilidade, se organizaram e se constituíram em torno da Associação Brasileira de Canais Comunitários – ABCCOM. A instituição representa atualmente cerca de 120 TVs Comunitárias brasileiras na tv a cabo, legalizadas pelo Art. 32, alínea VIII da Lei 12.485/2011, mais conhecida como Lei Seac – Serviço de Acesso Condicionado.

Foram muitas as vitórias acumuladas neste período, com destaque para a conquista inédita da TVCOMBRASIL – o único canal comunitário por satélite do mundo, para cerca de 50 milhões de brasileiros, em todos os municípios, e pode ser acessa pelos canais 28 da SKY e da OiTV, 3 da Claro TV, 239 da VivoTV e da GVT/Embratel e 20 da Nossa TV.

Mas a roda política continua a girar e ainda há muito a ser feito para manter conquistas, evitar perdas de direitos e a correr atrás da concretização de novas propostas para fortalecer a luta e a existência das TVs Comunitárias e da TVCOMBRASIL.

Para tanto, propomos aos presidenciáveis o seguinte Plano de Ações:

1.Criar um Fundo Nacional de Manutenção e Desenvolvimento das TVs Comunitárias no Congresso Nacional.

2. Reativar as negociações na Casa Civil pela aprovação da Contribuição para o Fomento da Radiodifusão e Teledifusão Pública – CFRTP, a partir da redação final de 2016.

3. Financiamento pela ANCINE – Agência Nacional de Cinema e de produção nacional audiovisual de interesse dos canais comunitários.

4. Aprovação do Projeto de Lei nº 2771/20, de autoria da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que prevê a aplicação de 40% dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) na comunicação comunitária.

5. Aprovação do Projeto de Lei nº 27/2016, em tramitação no Senado Federal, que permite veiculação de até 6 minutos por hora de publicidade comercial nas tevês comunitárias, conforme substitutivo favorável que está na Comissão de Comunicação do Senado, e de acordo com o substitutivo de autoria do senador Acir Gurgacz (PDT-RO).

6. Alteração da Lei 12.485/2011 para legalizar a veiculação de publicidade institucional das prefeituras, governos estaduais e federal, bem como das Câmaras de Vereadores e Assembleias Legislativas, nos canais comunitários.

7. Veiculação de publicidade institucional do governo federal e das prefeituras, governos estaduais e federal, bem como das Câmaras de Vereadores e Assembleias Legislativas, nos blogs e sites dos canais comunitários, tendo em vista que não há nenhum impedimento legal.
8. Acesso das tevês comunitárias às linhas de fomento dos Fundos Estaduais e Municipais de Apoio à Cultura.

9. Acesso das TVs Comunitárias às emendas parlamentares aos Orçamentos dos Municípios, Estados e da União, como forma de financiamento das despesas diárias das emissoras e também dos programas televisivos de interesse público.
10. Apoiar a transformação de cada canal comunitário em Escola de Mídia Comunitária.

11. Evitar que o Senado aprove o Projeto de Lei nº 3.832 de 2019, do senador Vanderlan Cardoso (PP-GO), que altera a Lei 12.485 de 2011, que visa acabar com os canais comunitários.

12. Incluir a ABCCOM no grupo instituído pelo Ministério das Comunicações que está estudando e elaborando propostas de mudanças nas regulamentações de TV por assinatura (Lei SeAC), juntamente com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

13. Atuar, em regime de urgência-urgentíssima, para salvar o Canal da Cidadania, previsto pelo Decreto 5.820/2006, que criou o SBTVD-T – Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre, e conforme regulamentação da Portaria 489/2012 do Ministério das Comunicações, alterada pela Portaria 6.413/2015, que eliminou18 exigências para as TVs Comunitárias ocuparem o canal comunitário dentro do Canal da Cidadania na onda aberta digital. Atualmente, estes direitos estão “sobrestados” pelo governo federal, que coloca em dúvida a existência do Canal da Cidadania, por meio de firulas jurídicas. O Canal da Cidadania, de acordo com a Portaria 6.413/2015, e o multiplex de canais digitais, garante a criação no país de 4 canais de tevê em cada um dos 5.545 municípios brasileiros, municipalizando e democratizando a informação.

14. Priorizar estudo que permita às TVs Comunitárias obterem o acesso à onda aberta digital, por meio de alteração de lei ou de portaria.

15. Fortalecimento da TELEBRAS para fornecer banda larga ao povo brasileiro de forma gratuita e eficiente, com upload de, no mínimo, 10 gigas.

16. Oxigenação da EBC – Empresa Brasil de Comunicação para que cumpra o seu verdadeiro papel de fomentadora da comunicação pública no país, por meio das emissoras públicas e culturais, universitárias, comunitárias e legislativas, incluindo também as mídias do Judiciário brasileiro.

17. Criação de uma Central de Produção de Mídia Comunitária dentro da estrutura da EBC, com estúdios de rádio e tv excluvisos, mais miniauditório para debates e seminários, para produção audiovisual destinado à grade de programação das rádios e tvs comunitárias do país.

Brasília, 12 de julho de 2022

Direção da ABCCOM

Associação Brasileira de Canais Comunitários