03/03/2015
O jornalista e escritor Zuenir Ventura, de 83 anos, tomará posse na próxima sexta-feira, 6 de março, na cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras (ABL), para a qual foi eleito em 30 de outubro do ano passado. A solenidade está marcada para as 21h, no Petit Trianon, sede da instituição, no centro do Rio de Janeiro. Zuenir, eleito com 35 votos, sucede ao dramaturgo, romancista e poeta Ariano Suassuna, falecido em 23 de julho de 2014.
De acordo com o ritual da ABL, Zuenir Ventura fará seu discurso, seguido de recepção ao novo acadêmico, que será feita pela acadêmica Cleonice Berardinelli. Depois, haverá entrega da espada, do colar e do diploma, e o presidente da ABL, Geraldo Holanda Cavalcanti, declarará empossado o novo acadêmico.
O jornalista e escritor, nascido em 1931 na cidade de Além Paraíba, interior de Minas, é casado há 51 com Mary Ventura, com quem tem dois filhos: Elisa e Mauro. Formado em Letras Neolatinas, o mineiro Zuenir Ventura foi professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Escola Superior de Desenho Industrial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Ingressou no jornalismo como arquivista, em 1956. Nos anos 1960 e 1961 conquistou bolsa de estudos para o Centro de Formação dos Jornalistas de Paris. De 1963 a 1969, exerceu vários cargos em diversos veículos: foi editor internacional do Correio da Manhã, diretor de Redação da revista Fatos & Fotos, chefe de Reportagem da revista O Cruzeiro, editor-chefe da sucursal-Rio da revista Visão-Rio.
No fim de 1969, realizou para a Editora Abril uma série de 12 reportagens sobre “Os anos 60 – a década que mudou tudo”, posteriormente publicada em livro. Em 1971, voltou para a revista Visão, permanecendo como chefe de Redação da sucursal-Rio até 1977, quando se transferiu para a revista Veja, exercendo o mesmo cargo. Em 1981, transferiu-se para a revista IstoÉ, como diretor da sucursal. Em 1985, foi convidado a reformular a revista Domingo, do Jornal do Brasil, onde ocupou depois outras funções de chefia. Atualmente, é colunista do jornal O Globo.
Em 1988, Zuenir lançou o livro “1968 – o Ano que Não Terminou”, que já teve 48 edições, vendendo mais de 400 mil exemplares. Outros livros seus de grande sucesso foram “Cidade Partida”, livro reportagem sobre a violência no Rio de Janeiro, “Inveja – o Mal Secreto”, e “Chico Mendes – Crime e Castigo”. A mais recente obra é o romance “Sagrada Família”.
Ganhador dos prêmios Esso de Jornalismo e Vladimir Herzog, pela série de reportagens “O Acre de Chico Mendes”, publicada em 1989, Zuenir Ventura também recebeu em 2008, da Organização das Nações Unidas (ONU), um troféu especial por ter sido um dos cinco jornalistas que “mais contribuíram para a defesa dos direitos humanos no país, nos últimos 30 anos”.
No dia 27 deste mês tomará posse na ABL mais um novo acadêmico, o historiador pernambucano Evaldo Cabral de Mello, eleito também em outubro do ano passado para a cadeira 34, que ficou vaga com a morte do romancista baiano João Ubaldo Ribeiro.
* Com informações da EBC e do G1.