Homenagens aos 40 anos
da morte de Cartola


30/11/2020


Cartola (Imagem: Internet)

Homenagem aos 40 anos sem Cartola* 

Teresa Cristina, Moacyr Luz, Rildo Hora e Nilcemar Nogueira, neta de Cartola, realizam nesta segunda-feira, 30, lives em homenagem aos 40 anos da morte do cantor e compositor de sucessos como O mundo é um moinho e Preciso me encontrar. Considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira, ele viveu no Morro da Mangueira e só gravou seu primeiro disco em 1974, aos 66 anos. O filme Cartola: música para os olhos também está no NOW (Curta!On) e no YouTube (/raccord-producoes).

E quem quiser ver o acervo de Cartola como o manuscrito de As rosas não falam, pode agendar visita ao Museu do Samba – fechado desde março –  que reabrirá com visitas sob agendamento na quarta-feira, Dia Nacional do Samba. O museu tem – entre outros itens – depoimentos em vídeos e peças como o violão de Candeia, a carteira de sócio-compositor de Silas de Oliveira do Império Serrano, terno de Zé Keti e peças de Monarco, Martinho da Vila e Dona Ivone Lara. Também estará aberta ao público a mostra temporária Samba/sembaque inclui pinturas de Nelson Sargento e reproduções de trabalhos de Rosa Magalhães e Fernando Pinto. O museu fica na Rua Visconde de Niterói, 1296 – Mangueira. O tel é 3234-5777, de 2ª a 6ª feira, das 10 às 17hs, e o agendamento é grátis em (contato@museudosamba.org.br).

Lives e filme

Hoje, a partir das 22 horas, Teresa Cristina realiza live no Instagram (@teresacristinaoficial) com repertório dedicado a Cartola. A cantora gravou Tive sim, música composta pelo compositor na década de 60. E, a partir das 17hs, Moacyr Luz presta tributo ao mangueirense, cantando ao violão seus primeiros sambas e entre elas O sol nascerá. Também no Instagram (@moaluz).

A neta do compositor, Nilcemar Nogueira, e Felipe Ferreira, diretor do Museu do Samba, receberão em uma live no Instagram (@museudosamba) Maurício Barros, pesquisador e autor do livro Zicartola; Rildo Hora que tocará gaita e falará de sua experiência como produtor de Cartola; e Sandra Portella cantando músicas como Sala de recepção e O mundo é um moinho.

O filme Cartola: música para os olhos (2007), de Lírio Ferreira e Hilton Lacerda, reconstitui ao mesmo tempo a história do compositor, desde a época em que nasceu na rua Ferreira Vianna, no Catete, e a do samba, através de imagens de arquivo e depoimentos de Ismael Silva, João da Baiana e Donga.

Cartola

Cartola nasceu no Catete, mas passou a infância em Laranjeiras. Ele tomou pela música e pelo samba ainda menino, aprendendo com o pai a tocar cavaquinho e violão. Dificuldades financeiras obrigaram a família numerosa a se mudar para o morro da Mangueira, onde então começava a despontar uma incipiente favela.

Na Mangueira, logo conheceu e fez amizade com Carlos Cachaça — seis anos mais velho — e outros bambas, iniciando-se no mundo da boêmia, da malandragem e do samba. Com 15 anos, após a morte de sua mãe, abandonou os estudos — tendo terminado apenas o primário. Arranjou emprego de servente de obra e passou a usar um chapéu-coco para se proteger do cimento que caía de cima. Por usar esse chapéu, ganhou dos colegas de trabalho o apelido “Cartola”. Junto com um grupo de amigos sambistas do morro, Cartola criou o Bloco dos Arengueiros, cujo núcleo em 1928 fundou a Estação Primeira de Mangueira. Ele compôs também o primeiro samba para a escola de samba, “Chega de Demanda”. Os sambas de Cartola se popularizaram na década de 1930, em vozes ilustres como Araci de Almeida, Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis  e Sílvio Caldas.

Em 1974, aos 66 anos, Cartola gravou o primeiro de seus quatro discos-solo e sua carreira tomou impulso de novo com clássicos instantâneos como As Rosas não FalamO Mundo É umMoinho, O Sol Nascerá (com Elton Medeiros), Quem Me Vê Sorrindo (com Carlos Cachaça), Cordas de AçoAlvorada e Alegria. No final da década de 1970, mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, onde morou até a morte, em 1980.

*Diretoria de Cultura e Lazer da ABI