ABI presta homenagem
a Caó e Marielle Franco


21/03/2018


Nesta quarta-feira, dia 21, a Associação Brasileira de Imprensa, no Rio, prestrou homenagem aos ativistas Carlos Alberto Caó de Oliveira, um dos maiores nomes da luta contra o racismo no Brasil, falecido em 4 de fevereiro, aos 76 anos, e à Marielle Franco, vereadora e defensora dos direitos humanos, assassinada no dia 14 de março. O evento aconteceu no auditório Oscar Guanabarino, no 9º andar da sede da entidade.

O encontro foi uma parceria do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, da Associação Brasileira de Imprensa, do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) e da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio).

O dia 21 de março foi escolhido para ser um grande encontro, uma data representativa  para homenagear o saudoso Carlos Alberto Caó. O ativista é autor da Lei Caó, que transformou o preconceito de raça, cor, sexo e estado civil em contravenção penal, e a emenda constitucional que tornou o racismo crime inafiançável – Não só em função de todo o legado deixado pelo jornalista, advogado, militante do movimento negro e ativista dos Direitos Humanos, mas rememoração ao dia – Internacional contra a Discriminação Racial, criado e instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em memória ao Massacre de Shaperville , em 21 de março de 1960.

Nascido em Salvador, na Bahia, o ativista Carlos Alberto Caó foi autor da Lei 7.437/85, mudou o texto da Lei Afonso Arinos, de 1951, e tornou contravenção penal o preconceito de raça, cor, sexo e estado civil.

O jornalista e militante foi deputado federal por dois mandatos e secretário de Habitação do Rio. Em 1987, ele participou da Assembleia Nacional Constituinte para a elaboração da Constituição Federal de 1988. Em 1989, Caó atuou na publicação da Lei nº 7.716/89, que define a pena de prisão para os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Ele também incluiu na Constituição o inciso que tornou o racismo crime inafiançável e imprescritível. Caó também foi presidente do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro durante na década de 1980.

O assassinato da brasileira Marielle Franco, reconhecida defensora dos direitos humanos que atuava contra a violência policial e pelos direitos das pessoas afrodescendentes, levou manifestantes de várias cidades do Brasil e do mundo às ruas para pedir justiça. O crime aconteceu nesta quarta-feira (14), na cidade do Rio de Janeiro.

“O intuito do nosso evento é evidenciar o legado dos dois como instrumento de fortalecimento das nossas lutas cotidianas contra o racismo, intolerância, xenofobia, machismo, homofobia e todas as formas de cerceamento das liberdades e pluralidade em nosso país”, diz o interlocutor da CCIR – Ivanir dos Santos, que não mediu esforços para reunir autoridades e diversos representantes religiosos no encontro.

No encontro, diversos setores culturais marcarão presença como a artista Áurea Martins, que cantará à capela; apresentação do curta “Igualdade Já”, de Wanda Ribeiro e Filó; grupo “Quase Tudo Pandeiro” – com Pedro Lima e Carlos Negreiros. Os atores Déo Garcez ao lado de Nívia Helen farão uma pequena apresentação da peça “Luis Gama – Uma Voz pela Liberdade”.  Também estão confirmadas as persenças de representantes da OAB, de Marcelo Rosa, Subsecretário de Direitos Humanos e Igualdade Racial de São João de Meriti, além de representantes de várias religiões.

ABI – Associação Brasileira de Imprensa Rua Araújo Porto Alegre, 71, 9 andar, Centro – Rio de Janeiro  às 18h

Informações: pordentrodaafrica.com.br