Filme do exílio de Glauber no Macunaíma


21/09/2021


O Cineclube Macunaíma exibe hoje Rocha que voa, de Eryk Rocha, a partir das 12h até quinta-feira pela plataforma Embaúba Play (link para o filme: https://embaubaplay.com/catalogo/rocha-que-voa/). O roteiro do filme é sobre o exílio de Glauber Rocha em Cuba, de 1971 a 1972, um dos períodos menos conhecidos da vida do diretor e que coincide com uma grande euforia e discussão em torno do papel das artes na revolução social e política dos países da América Latina e do Terceiro Mundo nos anos 1960/1970. Por meio de depoimentos de cineastas e do povo cubano entrevistado em Havana, revivemos o impacto provocado pelo cineasta e seus filmes.

Às 19h30, tem debate com o diretor do documentário (filho de Glauber Rocha), os cineastas Silvio Tendler e Rodrigo Ribeiro, o diretor de fotografia  Miguel Vassy, o co-roteirista Bruno Vasconcelos e a montadora Cristina Amaral. A mediação é do jornalista Ricardo Cota. Assista o  debate pelo canal da Associação Brasileira de Imprensa do YouTube (link para o debate:bit.ly//3uZn84f).

Filme e diretor

Eryk Rocha é filho de Glauber Rocha, o polêmico cineasta de tantas obras-primas, e realizou este documentário como um ensaio sobre o papel dos intelectuais na América Latina baseado nos anos em que seu pai ficou exilado em Cuba, de 1971 a 1972. O filme ambiciona recuperar a ligação entre os principais movimentos cinematográficos latino-americanos dos anos 60/70 – o Cinema Novo, no Brasil, e o Cine Revolucionário, de Cuba.
Por meio de depoimentos de cineastas e do povo cubano entrevistado em Havana, revivemos o impacto provocado pelo cineasta e seus filmes. Para essa produção foram utilizados áudios, depoimentos, poemas, desenhos e trechos de filmes de Glauber.

O documentarista costuma dizer que nasceu dentro do cinema (em Brasília, em 1978, durante as filmagens de A idade da Terra, filme de seu pai Glauber Rocha), mas que o desejo de se tornar diretor veio quando viu pela primeira vez Outubro, de Eisenstein, pouco antes de seguir para Bogotá, onde viveu com a mãe, Paula Gaitán, entre os 15 e os 20 anos de idade.

Na Colômbia, montou com amigos um grupo experimental de vídeo e colaborou em documentários feitos pela mãe para televisão. O projeto de seu primeiro filme surgiu quando ele estudava na escola de San Antonio de Los Baños, Cuba. Rocha que voa (2002) foi realizado a partir de duas longas entrevistas sobre cinema e cultura na América Latina gravadas por Glauber em Havana, em 1971, que Eryk encontrou nos arquivos do ICAIC, Instituto Cubano del Arte e Industria Cinematográficos. O filme foi premiado no Cinesul e, em seguida, selecionado para os festivais internacionais de Locarno, Veneza, Montreal e Havana.

A estreia na ficção acontece em 2010 com Transeunte, premiado no Festival de Guadalajara. Jards recebe o prêmio de melhor direção no Festival do Rio. E ao se debruçar sobre o cinema novo, em filme homônimo, o cineasta recebeu diversos prêmios, como o de melhor documentário no Festival de Cannes.

O filme recebeu os seguintes prêmios: Melhor Ópera Prima Festival de Rosário – Argentina – 2003; Melhor Longa Metragem no  Festival Internacional de Cinema Latino Americano – RJ – 2003; Prêmio da Associação de Documentário ABD – 2002; Prêmio Coral Saul Yelín no Festival do Novo Cinema Latino-Americano-Havana – 2002; Melhor Documentário Festival CineSul 2002; Melhor Documentário no Festival É tudo verdade 2002.

Participações em festivais: em 2002 –  o de Veneza, de Locarno , Montreal, de Buenos Aires de Jerusalém, Roterdão, Busan (Coreia do Sul) e São Francisco (2003).

Filmografia selecionada:

Diretor: Cinema novo (2016). Prêmio de melhor documentário no Festival de Cannes; El aula vacía (2015), de vários diretores;  Campo do jogo (2015). Seleção oficial do Festival de San Francisco; Jards (2012). Prêmio de melhor direção na Première Brasil do Festival do Rio 2012; Transeunte (2010). Melhor primeiro longa de ficção no Festival de Guadalajara;  Pachamama (2008). Prêmio de melhor documentário no Cineport;  Intervalo clandestino (2005);

Quimera (2004). Curta-metragem. Seleção oficial do Festival de Cannes; Rocha que voa (2002). Selecionado para os festivais internacionais de Locarno, Veneza, Montreal e Havana.

Montador; Pachamama (2008); De Glauber para Jirges (2005), de Andre Ristum; Rocha que voa (2002); Bailar sobre agujas (1999), de Miguel Coyula. Curta-metragem; Idea (1998), de Miguel Coyula. Curta-metragem.

Fotografia:Cinema novo (2016); Olhos de ressaca (2009), de Petra Costa. Curta-metragem; Pachamama (2008); Helena zero (2006), de Joel Pizzini. Curta-metragem.

 

Convidados

Cineasta Rodrigo Ribeiro – No cinema, escreveu, dirigiu e montou quatro curtas metragens: “Entrevista Com O Grande Diretor Rodrigo Bok”, “Cantareira”, seu projeto de conclusão de curso da Academia Internacional de Cinema de São Paulo, “Antes do Çairé” e “Subjetivo Objetivo”, em Alter do Chão. Dedica-se na pandemia à produção de curtas experimentais, como “O Retorno do Meu Vô” e à escrita de como “O Vento”,  um curta metragem, e “Minerva”, seu primeiro projeto de longa metragem.

Diretor de fotografia Miguel Vassy – foi diretor de fotografia em 11 filmes e entre elesJovens Polacas, Breve Miragem de Sol e Garrincha do Timão.

Montadora Cristina Amaral – trabalhou com importantes cineastas, destacando-se as parcerias com Carlos Reichenbach e Andrea Tonacci, nomes proeminentes do Cinema Brasileiro.   Já editou mais de 60 títulos entre filmes de curta e longa-metragem, entre estes destacam-se: O cego que gritava luz (1996), de João Batista de Andrade, O velho (1996), de Toni Venturi, A hora mágica (1997), de Guilherme de Almeida Prado, Dois córregos (1999), de Carlos Reichenbach, e Sonhos tropicais (2002), de André Sturm.

Bruno Vasconcelos é  co-roteirista , co-montador e fez o desenho sonoro do Rocha que voa