Filme premiado de Silvio Tendler no Macunaíma


01/02/2022


Macunaíma exibe hoje A bolsa ou a vida de Silvio Tendler

O diretor inglês Ken Loach, o filósofo e líder indígena Ailton Krenak são dois dos 40 entrevistados no premiado documentário A bolsa ou a vida: que futuro queremos construir (2021), de Sílvio Tendler que será exibido, hoje, no Cineclube Macunaíma, a partir das 10h, podendo ser assistido até segunda-feira. O diretor também recebeu o 38º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo pelo filme que foca no futuro pós-pandemia da covid-19 e pergunta se a centralidade será o cassino financeiro e a acumulação de riqueza por uma elite ou uma vida de qualidade para todos, com menos desigualdade? O Estado mínimo se mostrou capaz de atender ao coletivo? Como garantir a vida sem direitos sociais e trabalhistas?

Às 19h30, haverá um debate com o diretor e seus convidados: o embaixador cultural da Rocinha Eduardo Fagundes (Soca), a militante periférica e estudante de Arquitetura Eduarda Alberto e o presidente do Conselho Federal de Economia, Antonio Corrêa de Lacerda. Assista o debate pelo canal da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) do YouTube.

Filme

O filme, com 1h42m, tem participação especial de Fernanda Montenegro e Renato Borghi, narração de Eduardo Tornaghi e recebeu o Prêmio de melhor filme pelo público da Mostra Ecofalante de Cinema, em 2021. O filme aborda o desmonte do conceito de bem-estar social e nos faz refletir sobre a incompatibilidade do neoliberalismo com um projeto humanista de sociedade.

A bolsa ou a vida começa com um texto de Sílvio Tendler: “Vivemos em um país com um governo que asfixia Educação, Ciência, Cultura e Arte. Uma política econômica irresponsável aumentou o desemprego. Dos 206 bilionários brasileiros, 48 são do setor financeiro e não produzem nada além de papéis. A previsão é de mais de 1 milhão e duzentos mil miseráveis este ano. A brutalidade dos nossos tempos é visível nas ruas, onde famílias que antes tinham casa tentam sobreviver enquanto o governo incita a guerra civil e conta com mais de 600 mil mortos pela Covid-19. Sem remorsos, sindicatos, entidades de classe e trabalhadores da Cultura produziram, de forma colaborativa, este filme-manifesto, documento de uma época. Agradeço aos nossos parceiros pela liberdade com que pude trabalhar. Toda a responsabilidade por esta obra é minha e da produtora Caliban. Brasil, julho de 2021, Silvio Tendler”.

Desfilam por A Bolsa ou a Vida desde o filósofo e militante indígena Ailton Krenak , os religiosos D. Mauro Morelli e o Padre Julio Lancellottique usam os meios de comunicação modernos e as redes sociais como ferramentas de reflexão. No mosaico sobre a destruição, o longa-metragem fala de cultura, sociedade, patrimônio, meio ambiente, direitos individuais e coletivos – tudo pela ótica do Capital. A estudante universitária que também é moto-boy tem que se virar para conseguir  melhorar de vida. Já Yanis Varoufakis, personagem principal da ficção de Costa-Gavras, no filme “Jogo do Poder”, é um daqueles que fala de quanto o Capitalismo precisa morrer com urgência. Ao seu lado, outro mestre do Cinema, Ken Loach.

O filme é um manifesto, o documento de uma época. Odocumentário é montado a partir de entrevistas em chamadas de vídeo e produções de imagens das cinco regiões do país, na melhor face colaborativa que o Cinema Brasileiro consagrou.

O cineasta e conselheiro da ABI Silvio Tendler ganhou o 38º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo na categoria documentário pelo seu filme A bolsa ou a vida em reconhecimento à coragem dos comunicadores na defesa da dignidade e direitos de todos os seres humanos que nascem livres e iguais. E ainda um prêmio especial: Pandemia Econômica, Social e Ambiental.

O filme estreou este ano na 10ª Mostra Ecofalante, levantando o
Prêmio do Público de Melhor Filme. A direção e o roteiro são de Silvio Tendler e a fotografia de Tao Burity e Tainara Mello.

A bolsa ou a vida mostra ainda que poderemos ser a primeira geração a erradicar a pobreza extrema e a poupar as gerações futuras dos piores efeitos adversos da mudança do clima se cumprirmos os 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) especificados, em 2015, na Agenda 2030 quando líderes mundiais se reuniram na sede da ONU, em Nova York, e decidiram um plano de ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade. A Agenda 2030 e os ODS afirmam que para pôr o mundo em um caminho sustentável é urgentemente necessário tomar medidas ousadas e transformadoras. Os ODS constituem uma ambiciosa lista de tarefas para todas as pessoas, em todas as partes, a serem cumpridas até 2030.