Fio da Meada: ecologia e modelo econômico injusto, no Macunaíma


06/04/2022


Fio da Meada mostra os objetivos do desenvolvimento sustentável da Agenda 2030

O Cineclube Macunaíma exibe hoje, a partir das 10h e até segunda-feira, Fio da meada, de Sílvio Tendler, discutindo as conexões entre a crise ecológica contemporânea, o modelo econômico, as desigualdades sociais e as diversas formas de injustiça ambiental geradas pela exploração das pessoas e do meio ambiente. O filme tem 19 entrevistas, entre elas com Adolfo Pérez Esquivel, Guilherme Boulos e Raquel Rolnik. A narração é de Beth Goulart e Caco Cioler.

Às 19h30, haverá debate com o diretor, tendo como convidados a cineasta Tereza Trautman e os pesquisadores do assunto Marina Fasanello e Marcelo Firpo. O mediador é o jornalista Rodrigo Fonseca. Assista ao filme e ao debate pelo canal da ABI no YouTube. Link: bit.ly/3uZn84f.

Filme

Fio da meada (2019 e 77 minutos) mostra a luta de povos tradicionais brasileiros contra a urbanização opressora. Neste documentário, o diretor instiga a denúncia à violência nos campos e nas comunidades tradicionais, cada vez mais ameaçados pela ação do homem em nome do progresso. Caiçaras, quilombolas e indígenas lutam para sobreviver e para tentar impedir que suas reservas naturais sejam destruídas pelo processo de urbanização.

Os objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que temos nesse filme referem-se ao encontro de líderes mundiais que se reuniram, em setembro de 2015, na sede da ONU, em Nova York, e decidiram um plano de ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade, surgindo a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, contendo o conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A Agenda 2030 e os ODS afirmam que para pôr o mundo em um caminho sustentável é urgentemente necessário tomar medidas ousadas e transformadoras. Os ODS constituem uma ambiciosa lista de tarefas para todas as pessoas, em todas as partes, a serem cumpridas até 2030. Se cumprirmos suas metas, seremos a primeira geração a erradicar a pobreza extrema e iremos poupar as gerações futuras dos piores efeitos adversos da mudança do clima.

Convidados

 

Teresa Trautman  – é cineasta paulista que se interessou por cinema muito jpvem.No início dos anos 80 mudou-se para o Rio de Janeiro e seu primeiro longa solo, Os Homens que Eu Tive, seria interpretado por Leila Diniz, que morreu em acidente de aviação pouco antes das filmagens, sendo substituída por Darlene Glória. O clima de liberdade sexual dos personagens do filme fez com que ele fosse censurado por vários anos. Fez o curta O Caso Ruschi (1977), documentário sobre a luta do ecologista Augusto Ruschi para impedir a derrubada de uma floresta no Espírito Santo que foi premiado no Festival de Brasília. Desde os anos 90 dedica-se à produtora Conceito A em Audiovisual, e à criação da emissora de TV por assinatura Cine Brasil TV

Marina Fasanello – é pesquisadora do Núcleo de Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde (Neepes/Cesteh/ENSP/Fiocruz), além de professora colaboradora da ENSP-Fiocruz com Doutorado em Ciências no ICICT-Fiocruz. Mestre em Cinema e Educação na UFRJ. Realizou o projeto “A escola vai à Cinemateca do MAM” numa parceria da FE-UFRJ com o MAM envolvendo escolas públicas do município do Rio de Janeiro. Possui graduação em Jornalismo pela UGF e em Pedagogia pela UERJ. Arte-educadora com especialização pedagogia Waldorf. Desenvolve pesquisa  em linguagens que apoiem lutas sociais por saúde, dignidade e direitos territoriais das populações excluídas das cidades, campos, florestas e águas, relacionados às abordagens pós-coloniais, em especial as epistemologias do Sul.

Marcelo Firpo – Pesquisador de Saúde e Ambiente da Fiocruz  e do Centro de Estudos em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz. Pós-doutorado no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e se dedica aos seguintes temas: ecologia política e economia ecológica; movimentos por justiça ambiental; processos de vulnerabilização e vulnerabilidade socioambiental; produção compartilhada de conhecimentos; promoção emancipatória da saúde em favelas; agrotóxicos e transição agroecológica complexidade, riscos e incertezas; princípio da precaução; ciência pós-normal. Graduado em Engenharia de Produção pela UFRJ (1984) e em Psicologia pela UERJ (1991), mestrado e doutorado em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ (1994), com doutorado sandwich (1992-1993) e pós-doutorado (2001-3) em Medicina Social na Universidade de Frankfurt. Tem artigo em revista científica: “A luta dos povos indígenas por saúde em contextos de conflitos ambientais no Brasil (1999-2014)”, Ciência e Saúde Coletiva.