16 de abril de 2024
Crimes contra jornalistas aumentam no mundo
02/09/2011
As jornalistas Ana María Marcela Yarce, da revista Contralíne, e Rocío González, da Televisa foram encontradas mortas na última quinta-feira, dia 1, em um parque de Iztapalapa, subúrbio da capital do México. Segundo Miguel Badillo, Diretor da Contralínea, Ana Maria e Rocío foram brutalmente assassinadas, tiveram os pés e as mãos amarrados, e os corpos apresentam marcas de asfixia.
—Exigimos o esclarecimento destes lamentáveis fatos. Nos unimos à dor que embarga familiares e amigos das duas jornalistas, e reivindicamos justiça, afirmou a publicação em nota.
A revista Contralínea, que atua há nove anos na área do jornalusmo investigativo, publicou recentemente reportagens sobre casos de corrupção no país. Os jornalistas do veículo receberam várias ameaças e a redação foi invadida e roubada.
Desde o início do ano, seis jornalistas foram mortos no México, considerado o país o mais perigoso para o exercício do jornalismo.
No estado mexicano de Sinaloa, policiais confirmaram, no último dia 28, a prisão de Gilberto Plascencia Beltrán, suspeito de assassinar, em dezembro de 2009. o jornalista Luis Romero, do programa de rádio Linha Direta. A Associação de Jornalistas de Sinaloa faz pressão para que as autoridades esclareçam os casos, como o assassinato do jornalista Humberto Millán, ocorrido em Culiácan, no último dia 24.
De acordo com relatório divulgado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras(RSF) sobre violência contra jornalistas no mundo, desde o ano 2000, 141 profissionais de imprensa e colaboradores foram mortos por determinação de grupos criminais.
—O crime organizado é reflexo de uma realidade econômica e geopolítica das quais os meios de comunicação não dão conta geralmente”, diz a RSF, que divulgou os seguintes dados sobre os crimes contra jornalistas no mundo:
México: Vive desde dezembro de 2006 uma ofensiva federal contra os carteis, mobilizando 50 mil militares e somando mais de 35 mil mortos. Desde 2000 foram assassinados 69 jornalistas e desde 2003 11 estão desaparecidos;
Guatemala: A violência teve início com a guerra civil, e a situação é semelhante ao México;
Filipinas: Neste país o crime organizado é responsável pelas 142 mortes de jornalistas homens e mulheres desde 1986, ano em que o ditador Ferdinando Marcos caiu;
Afeganistão: Em função das disputas tribais pela distribuição do ópio, os jornalistas locais são perseguidos. Desde 2005 já foram assassinados cinco jornalistas;
Guine Bissau: Em função do tráfico de droga, grande parte da imprensa é liderada por ciminososo. Os jornalistas deixam de trabalhar para veículos e passam a ser assessores de políticos, o que gera cada vez mais riscos;
Venezuela: O problema é a ausência de fidedignidade das fontes oficiais;
Itália: Dezenas de jornalistas vivem sob proteção de seguranças.
*Com RSF, AFP.
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