Coronel Ustra vai a julgamento em SP


26/07/2011


O coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra será julgado nesta quarta-feira, 27, às 14h30, no Fórum João Mendes, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), pelo assassinato do jornalista Luiz Eduardo Merlino em 19 de julho de 1971, nas dependências do Doi-Codi de São Paulo, comandado por Ustra entre outubro de 1969 e dezembro de 1973. 

Merlino trabalhou no Jornal da Tarde e na Folha da Tarde e era militante do Partido Operário Comunista (POC). 

 
Vão depor cinco companheiros de Merlino no Partido Operário Comunista (Otacílio Cecchini, Eleonora Menicucci de Oliveira, Laurindo Junqueira Filho, Leane de Almeida e Ricardo Prata Soares), e ainda o ex-ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo de Tarso Vanucchi, e o historiador e escritor Joel Rufino dos Santos.
 
Na lista das testemunhas arroladas por Ustra constam os nomes do Presidente do Senado José Sarney, do ex-ministro Jarbas Passarinho, de um coronel e de três generais da reserva do Exército Brasileiro(Gélio Augusto Barbosa Fregapani Paulo Chagas, Raymundo Maximiano Negrão Torres e Valter Bischoff), todos com depoimentos através de cartas precatórias.
 
A ação é subscrita pelos advogados Fábio Konder Comparato, Claudineu de Melo e Aníbal Castro de Souza, está sendo movida pela professora aposentada Angela Mendes de Almeida, que era companheira de Merlino, e pela irmã dele, Regina Merlino Dias de Almeida. O processo não visa indenização material, mas o reconhecimento, por parte do Estado brasileiro, de que o Coronel Ustra é o responsável pela morte do jornalista. 

Esta é a segunda ação movida pela família de Merlino contra o coronel da reserva do Exército, que em 2008 foi declarado torturador pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, em ação movida pela família Teles.

*Com Conjur e TJ-SP.