Chediak é homenageado no Cineclube Macunaíma


04/05/2021


\Há um ano, o jornalista, ator e cineasta Jesus Chediak nos deixava, vitimado pela Covid. Hoje, o Cineclube Macunaíma presta uma homenagem ao ex- diretor de Cultura e Lazer da ABI, exibindo o último documentário de longa metragem que ele dirigiu, Parto para a liberdade – uma breve história de Pedro Aleixo, sobre os bastidores do AI-5 e que estreou, em 2015, no Cine ABI que Chediak comandou. O filme traz revelações inéditas sobre os bastidores da promulgação do AI-5, estando disponível a partir das 10hs de hoje e até a próxima segunda-feira.

Às 19h30, terá início o debate sobre o longa-metragem com o cineasta Sílvio Tendler; as jornalistas Glória Chediak, viúva do diretor, e Ana Helena Tavares, conselheira da ABI e que escreve a biografia do homenageado; o produtor cinematográfico Noilton Nunes; e o historiador Pedro Paulo Rosa. A mediação é de Ricardo Cota. Assistam ao filme e ao debate pelo canal da Associação Brasileira de Imprensa do Youtube.

CHEDIAK

O mineiro de Belo Horizonte, Jesus Chediak foi ator, jornalista, teatrólogo e cineasta e faleceu de Covid, em 8 de maio de 2020, no Rio. Escreveu o livro Brasil: País do presente : contribução para a formulação do socialismo cristão brasileiro e participou e dirigiu e participou dos filmes Banana Mecânica (1974), As borboletas também amam (1979), A Lenda de Ubirajara(1975) e Ladrões de cinema (1977). Chediak também foi secretário de Cultura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, professor da UFBA e diretor do Teatro João Caetano e da Casa França-Brasil. No teatro, produziu dezenas de espetáculos e também ministrou oficinas.

FILME

 

Parto para a Liberdade – Uma breve história de Pedro Aleixo, revela acontecimentos inéditos em torno dos bastidores da promulgação do Ato Institucional nº5 – AI-5, em 13 de dezembro de 1968, durante o governo do general Costa e Silva, e que vigorou até dezembro de 1978, sendo o período mais duro do regime militar no Brasil. E mostra como Aleixo e o próprio presidente Costa e Silva também foram atingidos pelo ato.

 

Eleito vice-presidente da República na chapa do marechal Arthur Costa e Silva, pela Aliança Renovadora Nacional, em 3 de outubro de 1966, Pedro Aleixo posicionou-se contra a edição do AI-5, chegando a elaborar uma revisão da Constituição de 1967 a fim de restaurar a legalidade. Com o afastamento de Costa e Silva por motivo de saúde, Aleixo foi impedido de assumir a Presidência da República. Suas ideias liberalizantes entravam em conflito com o pensamento da linha-dura militar.

O documentário reúne dezenas de depoimentos entre os quais o de Rondon Pacheco, ex-chefe da Casa Civil de Costa e Silva e, por duas vezes, governador de Minas Gerais; do senador Pedro Simon; do ex-senador e ex-governador de Minas, Eduardo Azeredo; de Maristela Kubitschek, de Célio Borja, ex-ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal(STF); do jornalista Carlos Chagas, ex-assessor de Comunicação Social de Costa e Silva; do cartunista Ziraldo, dos jornalistas Tarcísio Hollanda, ex-presidente da ABI, e Sérgio Cabral; do advogado e ex-deputado federal Modesto da Silveira, exilado por defender presos políticos; de parentes de Pedro Aleixo, da historiadora Heloísa Aleixo Lustosa, e de universitários, entre outros. A obra apresenta imagens das cidades de Mariana, Ouro Preto, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília, em conexão com peças iconográficas.

Para participar do debate sobre o filme estarão presentes , além do cineasta e documentarista Silvio Tendler, a jornalista Glória Chediak que trabalhou no Jornal do Brasil; a jornalista e escritora Ana Helena Tavares, que escreve a biografia de Chediak; o cineasta Noilton Nunes que dirigiu diversos filmes e entre eles, O Rei da Vela (1982); e o escritor, historiador e documentarista Paulo Rosa.