Centro de Cultura e Memória do Jornalismo


21/09/2010


O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro inaugura quinta-feira, 23 de setembro, o Centro de Cultura e Memória do Jornalismo (CCMJ). A solenidade será às 19h, no Auditório João Saldanha, na Rua Evaristo da Veiga 16, 17º andar, Cinelândia.
 
Simultaneamente, haverá a inauguração da Sala Joel Silveira, no CCMJ, e o lançamento do livro “Memória de Repórter: lembranças, casos e outras histórias de jornalistas brasileiros — décadas de 1950 a 1980”. Com 136 páginas, o livro foi editado pela Verso Brasil, com patrocínio da Petrobras.  Contém diversas fotos e ilustrações da época, e será distribuído aos convidados que comparecerem à cerimônia de lançamento, além de jornalistas empresas de comunicação e instituições como a ABI e bibliotecas.

 

O espaço reúne preciosidades da história da imprensa e o acervo de livros e objetos doados pela família do poeta e jornalista sergipano, nascido em 23 de setembro de 1918. O Centro funcionará provisoriamente em um grupo de salas no sétimo andar do prédio que abriga a sede do Sindicato, na Rua Evaristo da Veiga, nº 16.

 
O CCMJ é uma iniciativa do Sindicato dos Jornalistas e tem patrocínio da Petrobras. Seu objetivo visa à preservação e ao registro da história da imprensa brasileira, a partir da constituição de um acervo e do desenvolvimento de atividades e produtos para difundi-la entre profissionais, estudantes e o público em geral.
 
 
Internet
 
O Centro recebeu importantes contribuições à constituição do seu acervo entre as quais material pessoal do jornalista Joel Silveira (livros, fotografias, medalhas, entre outros objetos), que morreu em 15 de agosto de 2007, aos 88 anos de idade. O jornalista Marcelo Beraba doou sua coleção pessoal dos jornais Movimento e Opinião. Os dois veículos, duramente censurados na ditadura, circularam na década de 1970 e notabilizaram-se como principais focos de resistência a favor da democracia e das liberdades de imprensa e de expressão. O acervo do Centro também foi enriquecido com livros e periódicos antigos doados pelo jornalista André Motta Lima.

A criação de uma página do Centro na internet tornará disponível ao público o conteúdo dos depoimentos, além do acervo jornalístico coletado e digitalizado. Pessoas de qualquer formação, área de interesse ou localização regional poderão conhecer a história do jornalismo brasileiro e como se relaciona com a história do país. Também estão sendo produzidos para a página áreas de conteúdo — como o relato cronológico acerca do desenvolvimento do jornalismo brasileiro —, e de referência, que dará acesso a uma biblioteca virtual e a um guia de fontes de pesquisa.

 
 
Valorização
 
 
Além da valorização do passado, o Centro de Cultura e Memória do Jornalismo será um ponto privilegiado de reflexão sobre a atividade jornalística hoje e no futuro. A proposta é abrir ao público o acesso permanente a cursos, eventos, biblioteca, auditório e produções audiovisuais. Um espaço de encontro e de pensamento.
 
 
Entre as ações realizadas pelo Centro, está a organização de um acervo documental sobre a trajetória do jornalismo no Brasil. O acervo inclui um programa de memória oral, com depoimentos de jornalistas. Esses relatos resgatam partes da história do desenvolvimento da imprensa brasileira e de suas interseções com a trajetória política, cultural, social e econômica do País.
Foram coletados depoimentos de 60 jornalistas, levantamento de coleções, reprodução de documentos pertencentes a arquivos não disponíveis à consulta pública e realização de campanha de doações.
 
O acervo de depoimentos conta com cerca de 180 horas de entrevistas, gravadas em vídeo, em estúdios no Rio de Janeiro e em São Paulo. Para esse trabalho, além do aluguel dos estúdios, foi contratada também equipe de gravação.
 
 
Depoimentos
 
 
O Presidente da ABI, Maurício Azêdo, e os Conselheiros da Casa, Pery Cotta e Maria Ignês Duque Estrada já deram seus depoimentos ao Centro de Cultura e Memória de Jornalismo, que tem registradas também as declarações dos jornalistas Alberto Dines, Alberto Jacob, Álvaro Caldas, Ana Arruda Callado, Arthur Poerner, Audálio Dantas, Augusto Nunes, Bartolomeu Brito, Bertholdo de Castro, Carlos Alberto Caó, Caco Barcellos, Carlos Lemos, Cícero Sandroni, Clóvis Rossi, Dácio Malta, Domingos Meirelles, Evandro Teixeira, Fernando Segismundo, Ferreira Gullar, Flávio Damm, Fritz Utzeri, Fuad Atala e George Vidor.
 
Gravaram também Germana de Lamare, Henrique Caban, Israel Tabak, Jorge de Miranda Jordão, José Hamilton Ribeiro, Janio de Freitas, José Louzeiro, Lan, Luarlindo Ernesto, Luis Edgar de Andrade, Luiz Alberto Bettencourt, Luiz Carlos Saroldi.
E ainda: Luiz Garcia, Luiz Mendes, Marcelo Beraba, Marcos de Castro.
 
A lista de depoentes inclui também os jornalistas Mário Morel, Milton Coelho da Graça, Murilo MelLo Filho, Mylton Severiano, Oliveiros Ferreira, Otávio Frias Filho, Ozéas de Carvalho, Pedro do Coutto, Percival de Souza, Renato Pompeu, Ricardo Kotscho, Roberto Müller Filho, Sandra Passarinho, Sérgio Cabral, Thomaz Souto Corrêa, Villas-Bôas Corrêa, Wilson Figueiredo e Zuenir Ventura.

* Com informações do Sindicato dos Jornalistas.