EL PAÍS: o ofício de repórteres e cinegrafistas na pandemia


24/05/2021


Por El País


“Nada tinha nos preparado para um desafio sanitário, econômico, social, humano e científico de primeira magnitude como o que vivemos e estamos vivendo nos últimos meses, porque, além disso, era um desafio absolutamente global”, relata Montserrat Domínguez, responsável pelo projeto de áudio do EL PAÍS.

Enquanto o coronavírus se espalhava por todo o mundo e os governos pediam aos seus cidadãos que se fechassem o máximo possível, os jornalistas precisaram continuar saindo à rua e enfrentando seus próprios medos para informar o público. “Havia um componente de risco também para nossos colegas”, recorda, citando um repórter que, quando voltava do hospital, tomava banho e jogava a roupa fora por medo de contagiar a sua família. “Equilibrar isso, nossos medos, com a necessidade que tínhamos de contar o que estava acontecendo, de ir até o final, até o último leito hospitalar, encontrar as pessoas que estavam lutando na linha de frente foi um desafio de primeira magnitude”, reconhece Domínguez.

Através dos podcasts que coordena, a jornalista não só tentou transmitir informação como também aproximar o processo que os repórteres faziam: “Você liga para uma fonte, ela conta uma coisa, mas você intui que aquilo é cascata, precisa checar todo esse processo; é bom que nossos leitores saibam, e é muito mais habitual que surja de uma maneira espontânea e orgânica nos podcasts”. Domínguez se mostra grata com a resposta “tão maciça e generosa” dos assinantes: “É como se eles estivessem lançando uma mensagem nítida de seguir em frente: ‘Vocês estão mandando bem. Vocês conseguem’”.