06/07/2020
“São cinco horas da manhã.
Observo a tradição,
Vou para o trabalho já:
Meu anzol já está prontinho,
Até logo, vou pescar.” Murilo Mendes
Carmen Costa (1920-2007) foi uma cantora popular na acepção da palavra, basta dar uma olhada em seu rol de sucessos, que se tornaram, inclusive, mais conhecidos do que ela própria. Nascida há cem anos em Trajano de Moraes, na região serrana do Rio de Janeiro, ela lançou, em 1942, o hino oficial do fim de festa, “Está Chegando a Hora”, uma versão da valsa mexicana “Cielito Lindo”, de 1882, feita por Rubens Campos e Henricão: “Ai, ai, ai, ai, está chegando a hora/ O dia já vem raiando, meu bem/ Eu tenho que ir embora”. Primeiro marido de Carmen, o compositor Henricão foi quem sugeriu que ela trocasse o nome de batismo Carmelita Madriaga por Carmen Costa para estrear na carreira artística.
Juntos, eles formaram uma dupla que colocou na praça alguns registros em 78 rotações, sem muita repercussão. De origem humilde, Carmen trabalhava como empregada doméstica na casa do exímio cantor Francisco Alves, o Rei da Voz, quando foi incentivada por ele a se arriscar no ofício. Em uma festa com a presença de Carmen Miranda, entoou o samba-choro “Camisa Listrada”, de Assis Valente, e foi aplaudida por todos. Logo, ela se acostumaria com a aclamação do público. Em 1943, a primeira diva negra da música brasileira apresentou ao país o então iniciante compositor Luiz Gonzaga, que participou da gravação de “Xamêgo”, parceria com Miguel Lima: “Todo mundo quer saber/ O que é o xamêgo/ Ninguém sabe se ele é branco/ Se é mulato ou negro”, avisava o irresistível refrão.
Clique aqui para ler a matéria de Raphael Vidigal na íntegra em “Esquina Musical”
Fonte: Blog do Ultajano