Cai o número de jornalistas presos e mortos


30/12/2008


A pesquisa anual da ONG Repórteres Sem Fronteiras divulgada nesta terça-feira, dia 30, denuncia a morte de 60 jornalistas em todo o mundo em 2008. O dado é inferior ao registrado em 2007, quando ocorreram 86 mortes de profissionais da imprensa. Os casos de detenção também diminuíram, com 673 jornalistas presos em todo o mundo em 2008, contra 887 no ano passado.

Contudo, de acordo com a organização, ainda que algumas situações tenham evoluído favoravelmente em termos estatísticos, “não se pode afirmar que 60 assassinatos, centenas de detenções e atos de censura generalizados constituam motivo de otimismo”.


Perigo

Segundo o relatório, as regiões mais perigosas para o exercício da profissão foram o Iraque, o Paquistão e as Filipinas, onde ocorreram 15, sete e seis mortes, respectivamente.

Na África, observou-se a redução do número de mortos — três casos em 2008, contra 12 ocorridos em 2007 — resultado da queda do número de jornalistas em atuação na área, de acordo com a ONG.

O ranking de detenções em 2008 é liderado pelo Iraque, que contabilizou 31 jornalistas presos, seguido pela China (38) e a Birmânia (17).


Internet

Em seu estudo, a RSF chama a atenção para o primeiro caso de assassinato de jornalista com atuação na rede. O fato ocorreu em janeiro de 2008 na China, país que encabeça o ranking da repressão na mídia eletrônica, com 93 sites censurados, além de dez “cyberdissidentes” presos, 31 agredidos ou ameaçados e pelo menos três condenados pela Justiça.

Os entraves à liberdade de expressão na web foram particularmente severos também na Birmânia, onde uma junta militar condenou dois internautas: um, blogueiro, a 59 anos de prisão e o outro a 20.

Para a RSF, a internet “é o campo de batalha de cidadãos com opiniões críticas e de jornalistas censurados, e por esta razão representa uma ameaça para os poderosos, acostumados a governar unicamente de acordo com a sua vontade e na mais total impunidade”.