Brasil cai em ranking de liberdade de imprensa


02/05/2013


A imprensa livre nunca esteve tão ameaçada nos últimos 25 anos na América Latina quanto agora. É o que aponta um relatório divulgado pelo grupo independente Freedom House na última quarta-feira, 1º de maio, que aponta risco à liberdade de imprensa em seis países da região – Cuba, Equador, Honduras, México, Paraguai e Venezuela. O número de nações do continente é recorde desde 1989.  No Brasil e na Argentina, a liberdade de imprensa teria caído durante 2012.

No Brasil, a queda ocorreu pelo aumento no número de jornalistas assassinados no ano e pela influência de interesses políticos e empresariais no conteúdo dos veículos. Já na Argentina, a piora foi motivada pelos muitos ataques físicos e ameaças verbais contra jornalistas “críticos” com o governo da presidente Cristina Kirchner, “particularmente aqueles filiados ao grupo Clarín“.

Segundo a entidade, cerca de 20% da população latino-americana viveu em 2012 em países sem “Imprensa Livre”. Em Cuba, o ofício jornalístico segue “extremamente restrito”. O país caribenho está entre os oito piores do mundo no ranking, junto com Belarus, Guiné Equatorial, Eritréia, Irã, Coreia do Norte, Turcomenistão e Uzbequistão. De acordo com o documento, divulgado em Washington, Estados Unidos, o número total de países no mundo com imprensa livre caiu ao seu menor número em 16 anos.

Na Venezuela, o governo de Hugo Chávez manteve esforços “para controlar a imprensa”. Já Honduras e México têm “altos níveis de violência e intimidação contra os veículos de imprensa”, embora o segundo tenha aprovado medidas positivas em 2012 para proteger os jornalistas e defensores de direitos humanos.

Paraguai e Equador começaram 2012 na lista dos países onde os meios de comunicação são “parcialmente livre”. O Equador teve “um dos mais dramáticos declives no mundo”. O país caiu 17 pontos nos últimos cinco anos após período de “longas ameaças” contra a liberdade de expressão.

O relatório (em inglês) pode ser lido aqui.

Texto: Igor Waltz

*Com informações da revista Época, do Portal Imprensa e do Portal Comunique-se.