Bomba na Câmara: evento relembra explosão no gabinete do vereador Antonio Carlos Carvalho em 1980


18/12/2023


De Ancelmo.com

Lembra aquela bomba enviada por agentes da ditadura, que explodiu na Câmara Municipal do Rio, há 43 anos, para o gabinete do vereador Antonio Carlos Carvalho? O explosivo foi enviado para o vereador Antonio Carlos Carvalho, mas quem recebeu foi um assessor, que foi mutilado. O vereador (post mortem) recebeu o Título de Cidadão Carioca. O único que votou contra foi… o vereador Carlos Bolsonaro.

Filha caçula de Antonio Carlos, a professora da rede federal de ensino Flávia Assis solicitou que o seu discurso fosse incluído nos anais dessa casa de leis e enviou um recado para o presente Lula.

“Aproveito esse momento, para lembrar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro Silvio Almeida sobre a necessidade de recriar a Comissão de Mortos e Desaparecidos. O decreto encontra-se, no momento na Casa Civil, inclusive com a seleção de nomes que vão participar. Esperamos que Lula assine e dê início em 2024, como foi prometido em sua campanha. Eperamos que não haja mais adiamamentos em respeito à memória das vítimas da ditadura e aos seus familiares”

O atentado terrorista aconteceu no dia 28 de agosto de 1980. A bomba foi enviada em um envelope destinado ao vereador e resultou no mutilamento do seu assessor José Ribamar Freitas (que ficou cego, surdo, teve um braço amputado, perdeu três dedos da mão direita e todos os dentes), além de ferir quatro funcionários, inclusive uma grávida de seis meses. No mesmo dia foi colocada uma bomba na sede da OAB/RJ , matando a secretária D. Lyda Monteiro da Silva.

Diante do recente atentado terrorista ocorrido no último dia 8 de janeiro em Brasília, o objetivo do evento, realizado no Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara do Rio, foi relembrar os tempos de chumbo para que jamais volte.

Nascido no Maranhão Antonio Carlos foi eleito vereador carioca em 1976 pelo Movimento Democrático Brasileiro ( MDB), partido, que fez oposição à ditadura militar. E por isso Antonio Carlos foi preso três vezes e torturado, perseguido teve a sua casa invadida várias vezes com agentes da polícia política espalhando terror, além de ter sido vítima do citado atentado em seu gabinete. Trinta anos depois do seu falecimento em 1993, sua família vai apresentar, novamente, o processo com pedido de reparação e indenização do Estado brasileiro pois o mesmo foi Indeferido pelo governo anterior através da ex-ministra Damares à época a frente da Comissão da Anistia/Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.