Assange vai revelar novos documentos dos EUA


12/01/2011


O jornalista australiano Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, participou de uma audiência nesta terça-feira, dia 11, no Tribunal de Magistrados Belmarsh, em Londres, referente ao processo de extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais. Ele que compareceu à corte apenas para confirmar seu nome e endereço, voltará a depor no dia 7 de fevereiro.
 
Após a rápida sessão, Assange disse aos jornalistas que pretende divulgar novos documentos secretos com base em telegramas e outros registros confidenciais dos Estados Unidos:
—Estamos acelerando nossas publicações relacionadas ao cablegate(como ficou conhecido o caso do vazamento dos documentos) e outros materiais. Isso vai acontecer em breve por meio de jornais parceiros em todo o mundo, jornais grandes e pequenos e algumas organizações de direitos humanos.
 
Pouco antes da audiência, o site Wiki­Le­aks divulgou comunicado sobre as ameaças que Assange estaria recebendo dos EUA, comparando a situação dele com a da Deputada democrata Gabrielle Giffords, atingida por um tiro na cabeça, no último sábado, 8, em um atentado no Arizona, que deixou seis mortos.
 
O site WikiLeaks vem provocando polêmica desde novembro de 2009, quando deu início à divulgação de centenas de milhares de documentos sigilosos da diplomacia norte-americana, que causaram constrangimento aos EUA e outros países.
 
Julian Assange es­tá sob pri­são do­mi­ci­li­ar nu­ma pro­pri­e­da­de no les­te da In­gla­ter­ra des­de o dia 14 de dezembro último, quando foi li­ber­ta­do, sob fi­an­ça, após ter si­do preso sob a acu­sa­ção se es­tu­pro e ata­que se­xu­al con­tra du­as mu­lhe­res na Su­é­cia. 
 
De acordo com o advogado do jornalista, Ge­of­frey Ro­bertson, caso o seu cliente seja ex­tra­di­ta­do para a Su­é­cia, exis­te o ris­co de o Go­ver­no dos EUA também pe­dir a sua extradição:
—Assange pode ser en­vi­a­do à pri­são na Ba­ía de Guan­tá­na­mo, em Cuba. Também existe o risco real de que venha a ser julgado e sentenciado à pena de morte.
 
*Com informações da Reuters, e Agência Estado.