O jornalista australiano Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, participou de uma audiência nesta terça-feira, dia 11, no Tribunal de Magistrados Belmarsh, em Londres, referente ao processo de extradição para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais. Ele que compareceu à corte apenas para confirmar seu nome e endereço, voltará a depor no dia 7 de fevereiro.
Após a rápida sessão, Assange disse aos jornalistas que pretende divulgar novos documentos secretos com base em telegramas e outros registros confidenciais dos Estados Unidos:
—Estamos acelerando nossas publicações relacionadas ao cablegate(como ficou conhecido o caso do vazamento dos documentos) e outros materiais. Isso vai acontecer em breve por meio de jornais parceiros em todo o mundo, jornais grandes e pequenos e algumas organizações de direitos humanos.
Pouco antes da audiência, o site WikiLeaks divulgou comunicado sobre as ameaças que Assange estaria recebendo dos EUA, comparando a situação dele com a da Deputada democrata Gabrielle Giffords, atingida por um tiro na cabeça, no último sábado, 8, em um atentado no Arizona, que deixou seis mortos.
O site WikiLeaks vem provocando polêmica desde novembro de 2009, quando deu início à divulgação de centenas de milhares de documentos sigilosos da diplomacia norte-americana, que causaram constrangimento aos EUA e outros países.
Julian Assange está sob prisão domiciliar numa propriedade no leste da Inglaterra desde o dia 14 de dezembro último, quando foi libertado, sob fiança, após ter sido preso sob a acusação se estupro e ataque sexual contra duas mulheres na Suécia.
De acordo com o advogado do jornalista, Geoffrey Robertson, caso o seu cliente seja extraditado para a Suécia, existe o risco de o Governo dos EUA também pedir a sua extradição:
—Assange pode ser enviado à prisão na Baía de Guantánamo, em Cuba. Também existe o risco real de que venha a ser julgado e sentenciado à pena de morte.
*Com informações da Reuters, e Agência Estado.