Antenado no que se passa ao redor


28/06/2006


Rodrigo Caixeta
30/06/2006

Com 24 anos dedicados exclusivamente à fotografia, Sergio Moraes, da agência Reuters, começou a registrar imagens em casa aos 17, influenciado pelo pai, José Antônio, fotógrafo do Jornal do Brasil. Diz, no entanto, que seu sonho era ser professor de Educação Física, porque sempre foi louco por esportes:
— Mas consegui unir as duas coisas. Minhas primeiras fotos foram das partidas de vôlei da minha irmã mais nova, que era jogadora.

Os esportes são tema das principais coberturas e viagens de Sergio mundo afora: Copa América na Argentina, Brasil, Chile e Bolívia; Copa do Mundo dos Estados Unidos e da França; Olimpíadas de Atlanta, Sidney e Atenas; Pan-Americanos em Santo Domingo. Com passagens por publicações como Veja, Placar, IstoÉ, Folha de S.Paulo, JB, O Dia, O Globo e Lance!, ele estreou profissionalmente como assistente de estúdio do fotógrafo de publicidade José Rodrix, em São Paulo. E avisa que hoje em dia o profissional tem que ser “um pouco técnico em informática”:
— Além disso, é preciso ter muita calma, visão de tudo que se passa ao seu lado, olhos na nuca, nas costas etc. — brinca.

Modesto, Sergio diz que não costuma enviar fotos para concursos. Mas orgulha-se de um Prêmio Abril de Melhor Retrato, conquistado em 1984, com uma imagem do ex-lutador Maguila; do de Melhor Foto no Campeonato da Federação Carioca de Basquete, em 1989; e também de ter sido finalista do Prêmio Esso de 2002, em que concorreu com uma foto do traficante Fernandinho Beira-Mar. Das várias histórias de que foi testemunha, diz que quase todas são “impossíveis de contar”. Mas revela uma que considera das mais divertidas, quando ele e um repórter foram fazer uma entrevista com o jogador Júnior, então no Flamengo:
— A caminho, vimos o carro de um grande craque daquele período que jogava na Europa. Decidimos acompanhá-lo, já que era muito amigo do repórter que estava comigo. Quando chegamos ao local em que o craque ia andar de jet ski, ele veio falar comigo: “Aí, não faz foto com minha esposa não, porque minha amante pensa que ela está na Espanha”. Foi a primeira vez que vi alguém trair a amante (risos).

Sergio, que considera que os repórteres-fotográficos brasileiros se equiparam em qualidade e competência aos europeus e norte-americanos, fala de profissionais que o inspiraram:
— Cresci vendo fotos dos profissionais do JB — entre eles, meu pai — e de gente fantástica como Alberto Ferreira, Ronaldo Theobaldo, Evandro Texeira e Ari Gomes. Herdei de meu pai a coleção das revistas Look e Life, nas quais acompanhava os trabalhos de Robert Capa, Cornell Capa, Paul Fusco e outras feras. Eles eram tudo o que eu queria ser e até hoje são o meu objetivo.

Completamente adaptado à tecnologia, Sergio acredita que ela só colabora com o trabalho do fotógrafo:
— Continuo levando toda a experiência que adquiri nos tempos de laboratório para trabalhar a foto no Photoshop, mas sem “deturpar” a imagem.

Por trabalhar em uma agência internacional, Sergio diz estar sempre pensando “em ensaios sobre coisas legais do Brasil”. Isto sem deixar de lado a grande paixão, é claro:
— Vou continuar indo a eventos esportivos como as Olimpíadas até não agüentar mais, já que não fui um atleta de ponta e abandonei o desejo de ser professor de Educação Física para me tornar fotógrafo. 
 
 

Clique nas imagens para ampliá-las: 

“O brasileiro Kaio Márcio nada os…”

“No mesmo torneio, Thiago…”

“Raoni 
Monteiro cai 
da onda…”

“Ainda no Campeonato  Mundial…”

“A top 
model Gisele Bündchen…”

“Tanque 
toma posição na favela…”
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“No mesmo 
dia e durante a mesma…”

“Michael Schumacher dentro do…”

“Ronaldinho Gaúcho comemora…”

“Guga se 
irrita com o chileno…”

“Ana Paula
e Sandra Pires…”

“A triatleta Sandra Soldan…”

“O piloto 
de MotoGP Noriyuki…”

“Bernardinho gesticula durante…”

“Os surfistas Sávio Carneiro…”