Ação no Museu do Índio repercute no mundo


25/03/2013


A retirada de forma truculenta dos índios e manifestantes que ocupavam o antigo Museu do Índio, pelo Batalhão de Choque da PM, na última sexta-feira, 22 de março, recebeu ampla repercussão da mídia internacional. Nas redes sociais também foi grande o número de pessoas condenando a decisão do Governo.
 
A agência de notícias britânica Reuters destacou a expulsão dos índios: “Policia do Rio desaloja nativos da Amazônia de palco da Copa do Mundo”. O tumulto também foi destaque da agência de notícias norte-americana Associated Press: “Índios e polícia se confrontam em museu indígena no Rio”.
 
A rede BBC deu destaque à ação: “Polícia brasileira expulsa manifestantes de museu indígena”. Já jornal inglês Daily Mail enfatizou a ação truculenta. “Tumulto no Maracanã! Policia brasileira espanta nervoso protesto como parte das preparações para a Copa do Mundo”.
 
A ação também foi noticiada nos jornais The Washington Post e The Miami Herald e no site da rede de televisão ABC News, dos Estados Unidos; no jornal The Jakarta Post, da Indonésia; e no jornal The Economic Times, da Índia.  
 
Proposta recusada
 
No sábado, 23 de março, um grupo de 60 pessoas, entre elas índios da antiga Aldeia Maracanã, invadiu a atual sede do Museu do Índio, no bairro de Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Na madrugada de domingo a Polícia Militar isolou a Rua das Palmeiras e negociou a saída dos indígenas e dos manifestantes.
 
Os indígenas foram levados como testemunhas, após terem sido retirados pacificamente do atual Museu do Índio por volta das 7h de domingo, 24 de março. O grupo foi levado para uma audiência na sede da Justiça Federal do Rio, no Centro, na tentativa de haver uma conciliação entre os indígenas que não aceitam os locais oferecidos pelo Governo do Estado, mas oferta feita pela Fundação Nacional do Índio – Funai de quatro dias de hospedagem em um albergue, na Glória, também na Zona Sul, foi recusada.
 
Convocada pelo juiz federal Wilson Witzel, a audiência de conciliação terminou em impasse por volta das 18h. Os 21 índios – 19 adultos e duas crianças – deixaram o prédio da Justiça Federal e disseram que ficariam hospedados em casas de amigos. O juiz havia informado anteriormente que o grupo poderia passar a noite no prédio da Justiça Federal, mas eles também não quiseram.
 
Esse grupo, encabeçado por índios Guajajaras, é o mesmo que tentou resistir à decisão da Justiça e permanecer no antigo Museu do Índio, no Maracanã, Zona Norte, na sexta-feira, 22 de março. Durante a desocupação, a Polícia Militar, munida de balas de borracha, bombas de efeito moral e spray de pimenta, enfrentou a resistência de índios, ativistas e políticos e usou força para garantir a retirada das pessoas do terreno. “O lugar [na Glória] que ofereceram é horrível, não tem nenhum espaço para as crianças”, criticou a índia Márcia Guajajara, ao deixar a sede da Justiça Federal, ao lado da filha.
 
 
* Com informações do Jornal do Brasil e do Portal G1.