A festa sem fim de Claude Monet


13/01/2011


Claude Monet nasceu no dia 14 de novembro de 1840 em Paris e morreu  em Giverny a 5 de dezembro de 1926. Viveu plenos 86 anos, pintando como pássaro que canta. É o pai da pintura moderna, pois suas telas libertaram a natureza, colocando-a em movimento.

Ele imprimiu na rigidez das telas mortas a vida elementar: o sol, a chuva, o dia, a noite, os ventos, as ondas do mar. A partir dele é o olhar – e não cérebro – que capta e percebe os traços d’arte. Foi com o Impressionismo que a pintura deixou a escuridão abafada do estúdio para respirar ao ar livre. O próprio nome “Impressionismo” nasceu de um quadro de Monet: “Impressão do Sol Nascente”.

Jovem crescido no porto do Havre, as cenas marítimas marcaram sua vida. E quando foi para Paris preferia pintar o Sena, do que copiar estátuas petrificadas do Museu do Louvre.

Mas nada disso lhe rendeu grana e em 1868 estava na miséria absoluta, hostilizado pela crítica e ignorado pelo público.

Mas insistiu nas “impressões”. Dizia – e pintava – que a cor de um objeto ao ar livre nunca é a mesma, dependendo da atmosfera, do sol, das sombras, dos reflexos. E descobriu que até as sombras se iluminam e mudam de cor a cada instante. É Monet que termina com as imagens ideais, abstratas, formais, imutáveis. 

Acima dos objetos estão as emoções! E com o tempo torna-se o pintor da atmosfera, do ar, das neblinas, dos reflexos, das horas coloridas dos dias, dos fragmentos da realidade em transformação. São quadros indefinidos, sem peso nem volume, fantasmas coloridos, impressões subjetivas…

Em 1883, Clemenceau e seus banqueiros investem em Monet e ele chega aos píncaros da glória. Produz como nunca. Fica rico e a burguesia francesa arroja a fronte ao pó diante do mestre.

Luzes, movimentos, cores festas sem fim, jardins, alegria, felicidade, cores infinitas, poesia, sonhos – eis a pintura de Monet…  
 
*Paulo Ramos Derengoski, jornalista e escritor, radicado em Lages, Santa Catarina, é sócio da ABI.