Fotógrafo assassinado no interior de MG


15/04/2013


Mais um repórter do jornal Vale do Aço foi assassinado, no fim da noite deste domingo, 14 de abril, no bairro de São Vicente, no município de Coronel Fabriciano, Minas Gerais. O fotógrafo Walgney Assis Carvalho, de 43 anos, foi morto com três tiros à queima-roupa, por um homem encapuzado, dentro de um pesque-pague que costumava frequentar. O caso é semelhante ao do jornalista Rodrigo Neto, de 38 anos, morto a tiros 37 dias antes em Ipatinga, também na região do Vale do Aço. Os dois trabalharam juntos no impresso e na Rádio Vanguarda, responsáveis pelas coberturas policiais.
 
De acordo com a Polícia Militar, o assassino de Walgney estava rondando o local onde ele foi morto, desde o início da noite. Depois de fazer várias ligações pelo celular, o homem se aproximou e o baleou friamente por volta das 22 horas. Um dos tiros atingiu a cabeça do fotógrafo e outro pegou na axila. Após crime o assassino fugiu a pé e a cerca de 50 metros do pesque-pague subiu em uma moto NX preta. Walgney morreu na hora, sem chance de ser socorrido.
 
Freelancer do Vale do Aço há cinco anos, o fotógrafo também fazia trabalhos para a perícia da Polícia Civil da região. Ele fez reportagens em parceria com Rodrigo Neto, jornalista policial assassinado no dia 8 de março, que além do impresso, atuava na Rádio Vanguarda (1170 AM), como co-apresentador do programa ‘Plantão Policial’.
 
A polícia ainda não se  se pronunciou sobre a possibilidade da morte de Walgney ter alguma ligação com  o assassinato de Rodrigo Neto. A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais – ALMG, que está ajudando nas apurações sobre a morte de Rodrigo, já manifestou seu apoio nas investigações sobre o assassinato do fotógrafo.
 
No fim de março, a ministra Maria do Rosário, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República esteve em Belo Horizonte para cobrar agilidade nas investigações sobre a morte do repórter.
 
Separado da mulher, ele deixa uma filha de 14 anos. O corpo foi velado no Cemitério Municipal de Coronel Fabriciano e enterrado no fim da tarde desta segunda-feira, 15 de abril.
 
Editoria sem repórter
 
Com os assassinatos, o jornal Vale do Aço está sem profissionais para fazer a cobertura de assuntos policiais, segundo o diretor da publicação, Breno Brandão Pinto. “O repórter que estava como interino na vaga do Rodrigo Neto comunicou que não quer mais continuar nessa editoria. Precisamos procurar por um repórter e um fotógrafo para a área”.
 
Ele ressaltou a importância da atuação do Estado e de seu papel. “O Estado tem o dever constitucional de dar a segurança aos profissionais. É o segundo funcionário do Vale do Aço, que trabalhava na editoria de polícia e que foi assassinado em menos de 40 dias. Não é morte, é execução”.
 
* Com informações do site BHAZ, Comunique-se e G1.