Enterrado em Santos o jornalista Carlos Klein


30/11/2012


Foi enterrado em Santo, na tarde desta sexta-feira, 30 de novembro, o corpo do jornalista Carlos Henrique Klein, um dos principais ícones do jornalismo da Baixada Santista. Klein morreu no início da tarde de ontem, aos 88 anos, vítima de um enfarto. Ex-editor-chefe do jornal A Tribuna, entre 1968 e 1990, Klein estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Lucas, em Santos. 
 
De acordo com o neto e jornalista, editor de Cultura de A Tribuna, Luiz Gustavo Klein Carlan, a última internação do avô ocorreu na quinta-feira da semana passada, por conta de problemas circulatórios. “Os últimos dois anos foram bastante complicados. Ele teve uma série de internações, problemas com diabetes, passou a sofrer de Mal de Alzheimer e, aos poucos, foi perdendo a consciência”, relata o neto. 

Ainda de acordo com Luiz Gustavo, que vinha dormindo diariamente com o avô no hospital, o quadro de Klein se agravou nos últimos dias. Tanto que na quarta-feira, o ex-editor-chefe passou a respirar com auxílio de uma máscara de oxigênio. Ontem, o estado de saúde de Klein ficou ainda mais delicado e os médicos resolveram encaminhá-lo para a UTI. No início da manhã ele não resistiu e veio a falecer.

 
Carreira
Carlos Henrique Klein nasceu em Santos em 30 de dezembro de 1923. Seu destino com o jornalismo foi traçado por uma carta que escreveu para a seção de colaboradores de A Tribuna. A correspondência chegou às mãos de Cyro Lacerda, então responsável pela seção, foi lida e seu conto aceito. 

Em 1940, aos 17 anos, já escrevia crônicas e contos, como colaborador do jornal. Mas foi em 1943, de fato, que ingressou na profissão. Ficou um ano no setor de Revisão de A Tribuna, sob a chefia de Cyro Lacerda, o mesmo que o trouxe para o jornal e o seduziu com sua página literária editada aos domingos.

Sua ida para a Redação aconteceu em 1944, aos 20 anos, onde teve uma breve passagem pela editoria de Esportes, obedecendo à direção de Antônio Guenaga.

Como repórter, fez de tudo um pouco, da pequena nota social à reportagem, em princípio como coringa (termo usado no jornalismo para quem atua em várias editorias). Chegou a assinar seções especializadas de turismo e automóveis e, praticamente, exerceu na Redação todas as funções.

Em 1950 – quando o diretor-presidente de A Tribuna era Nascimento Júnior – tornou-se editor executivo,assistente do editor-chefe Geraldo Ferraz. 

Juarez Bahia foi o substituto de Geraldo Ferraz. E em 1968, quando Bahia saiu e foi trabalhar na imprensa paulistana, Carlos Klein foi convidado, pelo então diretor-presidente de A Tribuna, Giusfredo Santini, a assumir o posto de editor-chefe. Permaneceu no cargo até novembro de 1990, quando aceitou outro convite, desta vez do diretor-presidente Roberto Mário Santini, para ser assistente de diretoria.

Apesar de ter atuado como funcionário concursado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde chegou à chefia regional, 50 anos de sua vida foram dedicados à profissão de jornalista.

Filho de Gustavo e Severina Klein, Carlos Klein era casado com Neuza Andrade Klein e tinha duas filhas, Cláudia e Márcia.

 
* Com informações do Jornal A Tribuna.