Ameaças obrigam jornalista a deixar o País


14/11/2012


Passados mais de um mês da entrevista concedida à jornalista Eliane Brum, publicada na revista Época, permanece incerto o destino do repórter André Caramante, obrigado a exilar-se do País depois de ameaças de morte contra ele e sua família. Caramante tornou-se alvo de intimidações em razão de uma denúncia publicada na Folha de S. Paulo no dia 14 de julho, contra um ex-coronel da polícia militar (a chamada Rota) Adriano Lopes Lucinda Telhada, eleito vereador em São Paulo pelo PSDB.
 
O jornalista, com mais de 13 anos de atuação na área de segurança pública, apontou em seu artigo as “declarações brutais e de apologia da violência” publicadas na conta de Facebook de Telhada. No artigo, Caramante afirma que o então candidato veiculava em sua página “relatos de supostos confrontos com civis”, que descrevia como “vagabundos”.
 
Com mais de 89 mil votos, Telhada tem um histórico de mortes em ações policiais e suscita discussões nas redes sociais em razão de algumas de suas declarações. Em setembro último, por exemplo, o ex-policial elogiou a operação da Rota que deixou nove mortos em Várzea Paulista, no interior do estado, e parabenizou os policiais pela internet.

Ameaças
 
A partir da publicação da matéria, Caramante passou a ser alvo das ameaças do antigo policial e de seus seguidores. Telhada recorreu novamente à sua página no Facebook, desta vez para pedir a seus seguidores que enviassem mensagens de ódio ao jornal e ao repórter, a quem se referia como “notório defensor de bandidos”.
 
Desde então, o site da Folha passou a receber uma enxurrada de comentários raivosos contra o jornalista, alguns dos quais defendia abertamente a sua execução. No início de setembro, as ameaças de morte começaram a ser direcionadas contra a família do repórter, colocando em risco a integridade física de sua mulher e filhos. Desde 12 de setembro, Caramante se encontra abrigado em outro país.
 

*Com informações do G1 e do site Opinião & Notícia.