Protesto contra comemoração do golpe militar


29/03/2012


Centenas de pessoas participaram da manifestação contra a comemoração dos 48 anos do golpe militar de 1964, na tarde desta quinta-feira, 29 de março, no Clube Militar, centro do Rio. Os manifestantes levaram faixas, fotos de ativistas desaparecidos. Os militares que chegavam para o evento foram hostilizados com gritos de ordem e chamados de assassinos, e só conseguiam entrar no edifício com a ajuda da Polícia Militar. Houve tumulto quando os policiais usaram spray de pimenta e bombas de efeito moral para tentar conter o protesto.
 
O grupo que se reunia em frente ao edifício onde acontecia a  comemoração derramou baldes de tinta vermelha na escadaria do Clube Militar, simbolizando o sangue  derramado durante a ditadura. Também foram levantadas faixas com os dizeres ”Ditadura não é revolução” e “Onde estão nossos mortos e desaparecidos do Araguaia?”, além de fotos de ativistas desaparecidos.
 
Ao tentar impedir que a Polícia Militar levasse um manifestante preso no camburão por se desentender e brigar com um militar, os manifestantes cercaram o veículo, sendo logo atacados pela PM com spray de pimenta. Os policiais também usaram bombas de efeito moral para liberar o trânsito da Avenida Rio Branco, fechado pelos manifestantes. Estilhaços de um explosivo feriram a barriga de uma mulher que participava do ato.
 
Parentes de ativistas desaparecidos, como Maria Cristina Capistrano, filha de David Capistrano, jornalista e ex-militante do PCB, compareceram à manifestação. O acesso à Avenida Rio Branco pela Rua Santa Luzia foi fechado pela Polícia Militar, para tentar coibir a manifestação.

*Com O Globo e G1