Homenagem a Eduardo Leite e Voo da Liberdade


17/06/2011


O Núcleo de Preservação da Memória Política e o Memorial da Resistência de São Paulo promovem nesta sábado, 18, das 14h às 17h, mais uma edição do projeto Sábado Resistente, cujo objetivo é discutir a luta contra a repressão militar de 1964, e aprofundar os conceitos de liberdade, igualdade e democracia. 
O encontro será realizado na sede do Memorial da Resistência (Largo General Osório, 66 – Bairro da Luz). 

Na programação, uma homenagem aos 41 anos do Terceiro Voo da Liberdade, e o lançamento do livro da jornalista Vanessa Gonçalves, intitulado “Eduardo Leite, o Bacuri’, preso em agosto de 1970, aos 25 anos, no Rio de Janeiro, brutalmente torturado por mais de 100 dias, e assassinado em São Paulo. O crime foi denunciado por seus companheiros de prisão, mas as autoridades jamais registraram o caso.

Em 25 de outubro de 1970, os jornais brasileiros noticiaram que Eduardo havia fugido da prisão, tendo destino ignorado. Seus próprios carcereiros lhe mostraram os jornais que informavam a suposta fuga; um plano macabro para matá-lo sem o conhecimento daqueles que testemunharam seu suplício e mantinham vigilância permanente para tentar salvar a vida do companheiro.

Na madrugada de 27 de outubro, Eduardo foi arrastado de sua cela, carregado pelos braços, pois já não conseguia manter-se em pé, e nunca mais foi visto.

A morte de Eduardo Leite, o Bacuri, foi noticiada no Jornal da Tarde, em 9 de dezembro de 1970, informando que o DOPS de Santos distribuíra um comunicado sobre a morte de Eduardo. Segundo a nota, ele teria sido localizado por uma diligência empreendida em São Sebastião, SP, a partir de informações colhidas em documentos apreendidos pertencentes a Yoshitane Fujimori. Eduardo Leite estaria escondido desde a prisão do líder Joaquim Câmara Ferreira, em outubro de 1970, e fugira pouco antes do cerco ao seu refúgio, tendo sido alcançado, vindo a morrer em tiroteio com seus perseguidores.

O corpo de Eduardo foi entregue à família com a versão de morte em tiroteio; mas, sem a “máquina de atestados”, como explicar os dois olhos vazados, as orelhas decepadas e todos os dentes arrancados?