Julian Assange volta a depor nesta terça-feira


10/01/2011


O fundador do WikiLeaks, jornalista Julian Assange, voltará a depor na corte do Reino Unido nesta terça-feira, dia 11. Responsável pelo vazamento de milhares de documentos confidenciais de diplomacia norte-americana que causaram escândalo internacional, Assange foi preso no último dia 7, em Londres, acusado de crimes sexuais na Suécia.
 
Em 14 de dezembro último, o jornalista foi autorizado pela Justiça britânica a responder ao processo em liberdade, sob o pagamento de fiança no valor de 200 mil libras(R$ 540 mil reais).
 
Julian Assange também também está sendo investigado pelo Departamento de Justiça dos EUA, que emitiu um mandado judicial para que o Twitter forneça informações das contas do WikiLeaks, de seu fundador, e de apoiadores do site.
 
A ordem judicial solicita detalhes pessoais dos usuários, como endereços, nome, horários de acesso e tipos de serviços utilizados no Twitter desde o dia 1º de novembro de 2009 até a data presente.
 
O pedido da Justiça norte-americana se baseia em uma norma que permite obter dados na internet de qualquer provedor ou site, que sejam “relevantes e substanciais para uma investigação”.
 
O jornal britânico The Guardian anunciou o lançamento, possivelmente em fevereiro, do livro “Wikileaks: Por dentro da guerra secreta de Julian Assange” sobre a parceria estabelecida entre o jornal e o site Wikileaks na divulgação de documentos sigilosos nos últimos meses. A publicação reúne depoimentos de jornalistas que atuaram na cobertura dos dados divulgados pelo site, entre os quais, o editor David Leigh, e o correspondente em Moscou, Luke Harding.
 
A editora britânica Canongate pretende lançar em breve a biografia de Julian Assange. 

Ofensiva

 
Os EUA vem ampliando a ofensiva contra as atividades do WikiLeaks. Na última quinta-feira, dia 6, Jeffery Alexander Sterling, ex-funcionário da Agência Central de Inteligência, a CIA, foi preso em St. Louis(EUA), perto de sua residência, acusado de revelar de forma ilegal informações do serviço secreto norte-americano sobre o Irã ao jornalista James Rinsen, do jornal The New York Times, autor do livro “State of War — The Secret History of The C.I.A. and the Bush Adminsitration”(2006), no qual revela detalhes sobre as atividades da CIA no Irã.
 
Sterling, que trabalhou na CIA entre 1993 e 2002, atuou em um programa secreto clandestino, entre 1998 e 2000, cujo objetivo era impedir o avanço da capacidade armamentista de vários países, incluindo o Irã. Em 2000, o funcionário da CIA teria reclamado de discriminação racial e, segundo os advogados de acusação, decidiu divulgar as informações secretas como represália. 
 
Além dos seis crimes de divulgação não autorizada de informação de defesa nacional, Sterling é acusado de manter informações da defesa nacional ilegalmente, fraude postal, transporte não autorizado de propriedade do governo e obstrução da justiça. A pena pode chegar a 120 anos de prisão além de multa de US$ 2,5 milhões.
 
Sterling é o quarto ex-funcionário do Governo norte-americano acusado de vazar informações secretas desde o início da gestão do Presidente Barack Obama. Na última semana, o Governo dos EUA divulgou um memorando orientando as agências a rever as medidas de segurança para evitar os vazamentos de informação deflagradas pelo WikiLeaks.
 
*Com Journalism.co.uk., Folha de S. Paulo, Knight Center for Journalism, Reuters.