CHE – Basquete brasileiro brilha no Chile I


05/06/2009


Moriah Silva, Chefe da Delegação Brasileira e o grande Togo Renan 
Soares antes do embarque para o Chile

Há cinqüenta anos, o basquete brasileiro conseguiu o primeiro título mundial de sua história. Sob o comando técnico de Togo Renan Soares, o maior treinador de todos os tempos no Brasil, a seleção masculina de basquete, na fase preparatória para o mundial no Chile, realizou dois amistosos em Santiago. 

No dia 9 de janeiro de 1959, o Brasil ganhou do Chile por 72 x Chile 62. Nosso selecionado jogou com Algodão (12 pontos), Amauri (21), Vlamir (6), Edson (22), Pecente (6), Jatir (1) e Fernando (4). 

Três dias depois, nova vitória sobre o mesmo adversário por 74 a 60. Entraram em quadra Algodão (5), Amauri (10), Vlamir (10), Edson (16), Pecente (8), Oto (2), Fernando (2), Jatir (6) e jogou sem marcar Rosa Branca. 

A delegação brasileira ficou sediada em Temuco, onde enfrentou o Canadá, a URSS e o México. No dia 16 de janeiro, o Brasil estreou no mundial, derrotando o Canadá por 69 a 52. Além de Valdemar, cestinha brasileiro com 18 pontos, enfrentaram os canadenses Algodão (8), Amauri (17), Edson (16), Jatir (60< Pecente (2) e Fernando (2). Não marcaram Vlamir e Oto. 

A temível União Soviética foi o segundo adversário brasileiro, no dia 17 de janeiro. Nossa seleção perdeu por 73 a 65. Valdemar foi novamente o cestinha do Brasil com 17 pontos. Algodão (8), Amauri (8), Vlamir (16, Edson (10, Oto (4), Pecente (2) foram os outros marcadores. Jatir não marcou. 

No dia 18 de janeiro, vencemos o México por 78 a 50. Atuaram diante dos mexicanos Algodão (4), Amauri (14), Vlamir (10), Valdemar (11), Edson (11). Pecente (8), Jatir (10), Fernando (4), Valdir (6) e jogaram e não marcaram Oto e Rosa Branca. 

No turno final, com os jogos realizados em Santiago, o Brasil estreou com vitória ao derrotar a China Nacionalista por 56 a 35, no dia 22 de janeiro. Algodão (11), Amauri (22), Pecente (12), Vlamir (21), Valdemar (12), Jatir (4), Fernando (6), Oto (5) e Zezinho (1) pontuaram para o time de Kanela. Não marcaram Valdir e Rosa Branca. 

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Valdemar e Amauri marcam o gigante soviético Kromininck 

O próximo adversário foi a Bulgária que perdeu por 62 a 53, no dia 23 de janeiro. Fizeram os pontos brasileiros Algodão (10), Vlamir (15), Edson (17), Valdemar (4), Pecente (6). Atuaram sem marcar Jatir e Fernando. 

Na segunda partida, no dia 24 de janeiro, contra a União Soviética, agora na fase final, a seleção brasileira sofreu nova derrota. Os soviéticos ganharam por 66 a 63, jogando o Brasil com Algodão (4), Amauri (24), Vlamir (19), Edson (3), Valdemar (1), Pecente (8), Jatir (4) e Oto, Fernando e Rosa Branca que não marcaram.

A equipe de Togo Renan Soares venceu os três jogos restantes contra Porto Rico, Estados Unidos e Chile. Os resultados não deixaram dúvida quanto a superioridade técnica do Brasil. 

Porto Rico caiu por 99 a 71, no dia 28 de janeiro. Os pontos brasileiros foram marcados por Algodão (3), Amauri (15), Vlamir (18), Edson (11), Valdemar (4), Pecente (13), Jatir (10), Fernando (7), Zezinho (6), Rosa Branca (10) e Valdir (2). 

Os reis do basquete foram batidos por 81 a 67, no dia 30 de janeiro, e no dia seguinte os chilenos não resistiram a nossa seleção e perderam por 73 a 49.

Vlamir tenta furar o bloqueio norte-americano. Edson está atento à jogada

O Brasil terminou na contagem geral em 2º lugar atrás da União Soviética. Porém, o mundo estava em plena Guerra Fria entre a União Soviética e seus seguidores do Leste Europeu e os Estados Unidos e seus aliados do Mundo Ocidental. No continente asiático existiam duas Chinas: a República Popular da China, sob a liderança de Mao Tsé-Tung, e a China Nacionalista, governada por Chiang Kai-Sheck. 

Não era a primeira vez que as divergências políticas se estendiam ao campo esportivo. Os soviéticos, que tinham se negado a participar da chave da China Nacionalista na fase classificatória, não aceitaram enfrentar os chineses de Formosa (hoje Taiwan), cujo líder Chiang Kai-Sheck era aliado dos Estados Unidos. 

A FIBA (Federação Internacional de Basquete) que aceitou a imposição soviética e realizou novo sorteio de chaves na etapa classificatória, puniu a seleção da URSS, por se negar enfrentar a China Nacionalista, desclassificando-a para o último lugar. 

O Brasil, segundo colocado, foi o grande beneficiado com a decisão da FIBA, passando para o primeiro lugar, sagrando-se campeão mundial masculino de basquetebol de 1959.
Na segunda parte de “O basquete brasileiro brilha em Santiago”, apresentaremos os campões mundiais de 1959.