Segmento teen cresce na imprensa


12/11/2008


José Reinaldo Marques
14/11/2008

É cada vez maior a contribuição dos suplementos juvenis no crescimento do público jovem dos principais jornais brasileiros. A notícia não podia melhor, já que, segundo estudiosos do segmento mídia jovem, até bem pouco tempo os veículos impressos reservavam espaços mínimos para temas de interesse dos adolescentes. Dizia-se ainda que uma prática comum da imprensa era ignorar fatores fundamentais de uma de suas principais funções: produzir conteúdo consistente e de qualidade (tanto para jovens, quanto para adultos), que leve o leitor à reflexão. Isto têm sido destacado especialmente pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi) como imprescindível para todos os segmentos da mídia, voltados para todas as idades.

Em 2007, quando completou dez anos de criação, a Coordenação de Mídia Jovem da Andi realizou um criterioso levantamento sobre o conteúdo editorial produzido pelos suplementos e revistas juvenis, entre 1997 e 2006. Os dados desmentem a corrente pessimista, pois demonstram os resultados positivos alcançados pela mídia jovem, principalmente no que diz respeito aos cadernos juvenis que circulam em boa parte dos jornais brasileiros. Outra boa notícia sobre o segmento teen, segundo a pesquisa, é que os jornais, “mais conscientes da sua função social, estão mais atentos às crescentes demandas dos jovens e adolescentes”. 

Contradição

Esse comportamento dos periódicos, segundo os analistas, contradiz a corrente que insiste em classificar a imprensa dedicada ao público juvenil como de baixa qualidade e, conseqüentemente, ao suposto alto índice de alienação dos adolescentes em geral.

Na apresentação, o relatório da Andi aborda o poder de influência da mídia, destacando a capacidade que “os meios de comunicação têm de estimular o desenvolvimento de uma visão crítica e de postura mais participativa entre o público jovem”. O estudo mostra ainda que os adolescentes estão cada vez mais exigentes e que os veículos de imprensa, também mais atentos, não abdicam mais da sua função social, praticando um modelo de jornalismo que envolve o leitor em debates críticos, inserido-o no contexto do material jornalístico oferecido.

Esta é uma perspectiva interessante quando se sabe que há dez anos — como mostra o relatório — a pauta juvenil tinha um percentual de 24,2% de incidência no noticiário, enquanto hoje registra um índice de 65% de assuntos de relevância social.

Temas

De acordo com o estudo, as reportagens que se referem à educação alcançaram o maior índice de veiculação nas coberturas dos jornais e revistas pesquisados, representando 27% de todo o material analisado em 2006. Já a violência só foi debatida em 0,58% das matérias: entre 2004 e 2006, houve uma redução de mais de 50% nas reportagens referentes ao assunto.

Os temas gravidez e Aids foram registrados em 1% do material analisado e aparecem como os menos citados nas matérias, embora ganhem destaque nas colunas de “consulta” ou “dúvidas dos leitores”. Estas seções, no entanto, estão perdendo espaço nos veículos teen.

A diversidade apresentou queda de 58,8% nas reportagens, cuja maioria abordou questões étnicas. Matérias de interesse do público feminino representavam 20,47% do total de reportagens classificadas na rubrica “diversidade” em 2004; 25,71%; em 2005; e 25,89%, em 2006, ano em que a política aparece em apenas 3, 03% dos textos produzidos.

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