A primeira tipografia oficial brasileira


14/05/2007


 António de Araújo e Azevedo

Muito ligado aos fatos históricos que compõem a trajetória da ABI e da imprensa nacional, o professor Mário Barata, que também é Conselheiro da Instituição, fez questão de apresentar aos seus companheiros da Casa um episódio que marcou a chegada da primeira tipografia oficial ao Brasil. Ele lembrou que no ano que vem a imprensa tem dois fatos históricos a comemorar: o centenário da fundação da ABI, por Gustavo de Lacerda, e o envio de tipos e maquinários de imprensa, embarcados em Lisboa para o Rio de Janeiro, há 200 anos, por ordem do então Ministro de Estado português António de Araújo e Azevedo, futuro Conde da Barca.

Ao ter a palavra na reunião que empossou a Diretoria da ABI, o professor pediu licença aos companheiros para ler um trecho de um artigo publicado na revista Tempo Brasileiro, que ilustra a iniciativa do Conde da Barca para fazer chegar ao País os caixotes com o material da gráfica. De acordo com artigo, as caixas com os tipos e maquinaria da gráfica — adquiridos pelo Conde em Londres — foram embarcadas no navio “Medusa”, possivelmente na semana em que o Conde e D. João viajaram para o Brasil, em fins de novembro de 1807.

Segundo o relato, ao tomar essa iniciativa, o Conde da Barca “assumia cedo o papel cultural e social que ele destinava à imprensa no mundo civilizado”. Ao chegar à Colônia, os caixotes foram guardados no andar térreo de um palacete que foi adquirido na Rua do Passeio. Diz o artigo da revista Tempo Brasileiro, escrito por Mário Barata, que a existência dessa tipografia foi “a primeira completa, e que viria a ter atuação regularizada, a funcionar normalmente no País”. E que foi significativa “a maior abrangência de seu uso na nova atividade de Impressão Régia, ao ser permitido, no decreto de sua criação, em 13 de maio de 1808, que outros documentos ou livros pudessem ser impressos no mesmo estabelecimento, à margem das determinações e decretos de cunho oficial”.