Fotografia aliada à teoria e prática


03/04/2007


Rodrigo Caixeta
04/04/2007

Alexandre Durão não hesita em dizer que o talento para a fotografia está em seus genes. O irmão, André, também seguiu a carreira de repórter-fotográfico e o pai, Anely Durão, é laboratorista — e foi exatamente como auxiliar de laboratório que Alexandre começou a engatinhar na carreira, em 1986. Em seguida, chegou à função de laboratorista profissional, ofício que exerceu até 1994, quando ingressou de vez no fotojornalismo:
— A fotografia está no meu sangue, não tenho como negar a influência da família.

Fotografando profissionalmente há 13 anos, Alexandre estreou no Jornal do Brasil, onde trabalhou até 1997. Depois, fez frilas para a Action Editora e atualmente é colaborador dos jornais Extra e Folha de S. Paulo e da revista Força Aérea. Também teve fotos publicadas nos livros “Do CAN ao Sivam”, “Veleiro Cisne Branco” e “Asas da Força Aérea Brasileira”, na edição da Manchete do carnaval de 2002 e na revista Patrouille de France, veículo oficial da Força Aérea Francesa, com fotos da Esquadrilha da Fumaça do Brasil.

Para dominar a técnica que usa no dia-a-dia, Alexandre diz que é preciso unir teoria e prática:
— Primeiramente, o fotógrafo — seja amador ou profissional — tem que conhecer o seu equipamento. Depois, com a teoria, pode partir para pôr em prática os seus conhecimentos e aí sim começar a despertar suas habilidades profissionais, que vêm com os anos de trabalho e muito treinamento.

Outro alerta do fotógrafo é com relação aos riscos inerentes à profissão, tanto na cobertura do cotidiano nas grandes cidades como em pautas mais específicas, entre elas as de aviação, tema no qual é especialista:
— Várias vezes fotógrafos de ação correm seus riscos, pois eles são a própria câmera e estão sempre perto das imagens. Eu, por exemplo, faço fotos aéreas há dez anos e já voei em diversas aeronaves, entre elas, caças de alta performance.

De uma destas coberturas, ele se recorda de uma história divertida:
— Certa vez, o fotógrafo Gustavo Grosso e eu íamos fazer uma sessão de fotos de fuzileiros navais saltando de um helicóptero Super Puma, da Marinha do Brasil. Quando chegamos na porta do batalhão, o sentinela perguntou os nossos nomes para identificação e, quando respondemos Grosso e Durão, ele pensou que fosse uma brincadeira.

Saudosismo

Alexandre sente saudades do tempo do cromo, embora trabalhe hoje exclusivamente com câmeras digitais e reconheça os avanços que a tecnologia trouxe para o fotojornalismo:
— A fotografia ficou mais limpa e mais rápida e uma boa imagem vai sempre valer mais do que mil palavras. Com relação à aprendizagem, atualmente é mais acessível e fácil se tornar fotógrafo, porque qualquer pessoa pode observar o resultado do trabalho na hora. Um bom profissional, porém, vai ter sempre o seu valor reconhecido no mercado de trabalho.

Para alcançar status na profissão, Alexandre recomenda esforço, dedicação e paciência:
— O fotógrafo não pode ser preguiçoso, tem que ter perseverança e não pode jamais desanimar, porque ser reconhecido na profissão demora.

O fotógrafo — que já participou de exposições da Força Aérea Brasileira e de outras, como “Janela JB” e “Movimento in foco” — planeja publicar um livro com suas fotos aéreas. No que se refere à profissão, diz que existem excelentes fotojornalistas no Brasil e admite que aprendeu muito observando o trabalho de outros colegas:
— Nos tempos em que era laboratorista, tive a oportunidade de revelar vários filmes de profissionais renomados como Walter Firmo, Rogério Reis, Aníbal Philot, Ricardo Leoni e Carlos Lorch, entre outros.  
 


          Clique nas imagens para ampliá-las: