O Versátil Victor Biglione


24/03/2021


Por Zeze Sack, membro da Comissão da Diretoria de Cultura da ABI.

Em 1964 a família veio para o Brasil, mais precisamente para Sao Paulo, um ano depois para o Rio de Janeiro onde o futuro guitarrista cresceu jogando bola nas areias de Copacabana com o todo adolescente da Zona Sul.

“Meu interesse pela musica foi pela musica em si e pelo aspecto social do rock e do Blues. Aquela coisa da Contra-cultura. Minha mãe não era Hippie, mas era da ‘rapeize’. Ela me fez ver filmes de Fellini, Buñuel, Glauber Rocha, escutar o disco de Tom Zé em 1968. Não era careta não. Ela me contou sobre Woodstock, o que me deixou fascinado. Enfim, comecei a ser músico pelo fato de tocar e pelo o que, aquilo simbolizava. posso dizer que ainda peguei um resquício do desbunde dos anos 70”.

Trabalhou na fase de ouro na MPB – em 1977 seu primeiro trabalho profissional com Luís Melodia no disco “Mico de circo” e daí não parou mais. Devido a sua versatilidade trabalhou com todos  os segmentos da música brasileira, desde a Jovem Guarda a bossa nova, passando pelo Rock e MPB.

Perguntado qual o profissional com quem trabalhou que mais lhe deu prazer e acrescentou profissionalmente a sua carreira. “foram muitos, e muitos, mas, pra citar alguém em especial: Gal Costa, maravilhoso, honesta, repertório sensacional, sempre agradável, com astral lá em cima. E Chico Buarque Também espetacular. O meu parceiro e amigo, Wagner Tiso até hoje. Vamos lançar um disco juntos”.

Na sua visão, a música no mundo pós pandemia, vem tentando fazer algumas coisas através de lives, tentando substituir o insubstituível, porque o que dá a verdadeira emoção pro músico, é o show que junta a técnica com o talento quando ele tá perto do público, e é isso que causa o feedback de emoções, faz o artista gerar coisas diferentes e a criatividade extrapola em alguns momentos, e isso, uma live nunca atinge essa qualidade. Nada vai substituir isso. ‘Só quando o mercado mundial e brasileiro retornar com atividades e a nossa arte’.

Perguntado sobre os projetos para o pós-Pandemia:
“Na próxima sexta-feira dia 26.03.21, estou colocando nas principais plataformas: ‘the Finland concert’ que fiz com o meu parceiro e amigo Wagner Tiso na Finlândia. Depois de rodarmos a Europa toda, estávamos bem afiados na época com um acolhimento técnico que nos deram, de altíssima qualidade, fizemos um show muito bom e eles também registraram esse momento muito bem, nesse CD ‘Live in Finland’ com repertório brasileiro, muito instigante mostrando o poder da música instrumental brasileira.

No dia do falecimento do Tom Jobim (08.12) coloquei nas plataformas que não estavam o meu ‘Tributo a Tom Jobim’ no formato de ‘Jazz Guitar Trio’ guitarra baixo acústico e bateria, ‘Biglione place Jobim’ muito importante pra mim e pra guitarra brasileira, são releituras da Obra de Jobim e é especificamente guitarrísticas.
Depois da pandemia tenho um plano de um  programa de  televisão que ia estrear,  aí veio a pandemia… onde eu toco, entrevisto pessoas, da área musical como também de cinema, eu trabalho com cinema há muitos anos e vou juntar as duas coisas. já tenho dois pilotos prontos.

escrevi a obra do grande roqueiro e ídolo mundial: Jimi Hendrix Sinfônicamente  para a orquestra sinfônica e trio (power trio), projeto excitante que ia estrear e está marcado pra julho de 2021 no teatro Bradesco, em São Paulo, junto com a nova orquestra, mas tenho minhas dúvidas em função do que estamos vivendo executar esse projeto que tanto me fascina. Esses são meus principais planos para quando for possível realizá-los. Um beijo enorme”.

 

Victor Biglione – Tema para las Madres de la Plaza de Mayo

Publicado em: 24 de mar de 2021 às 12:10