Após protestos, governo russo liberta Ivan Golunov


12/06/2019


O jornalista investigativo Ivan Golunov foi libertado nesta terça-feira, após a retirada das denúncias de tráfico de drogas pela polícia da Rússia. O ministro do interior Vladimir Kolokotsev anunciou a retirada de todas as acusações contra o jornalista e disse que os policiais envolvidos em sua detenção serão suspensos. Golunov, que atua no site de notícias Meduza, é conhecido por suas investigações sobre a corrupção na prefeitura de Moscou e em setores obscuros como de microcrédito ou casas funerárias.

Nota publicada pela BBC informa que centenas de pessoas foram detidas no protesto em Moscou nesta quarta-feira (12), incluindo diversos jornalistas e um profissional ligado à revista alemã Der Spiegel. O protesto, que tinha sido originalmente organizado para exigir a libertação de Golunov, acabou sendo motivado pela exigência de punição para os policiais que prenderam este jornalista “anti-corrupção”.  Durante o protesto se viam banners e camisetas com o slogan “Eu sou, nós somos Ivan Golunov”, e acusações aos policiais de terem tido um comportamento criminoso na prisão do repórter.

Emily Sherwin, correspondente em Moscou da emissora Deutsche Welle está fazendo a cobertura dos protestos e vem divulgando a repercussão em sua conta no Twitter. Ela destaca “O sentimento de liberdade ontem com a libertação de Golunov rapidamente se transformou na repressão de hoje aos protestos pacíficos. De acordo com um grupo de monitoramento independente, mais de 400 pessoas foram presas”.

 

Em nota, a Repórteres sem Fronteiras destaca o histórico nível de pressão da sociedade russa que levou à libertação do jornalista Ivan Golunov, no entanto lembra que mais de seis jornalistas ainda estão presos na Rússia.  Nos últimos anos, jornalistas na Rússia têm sido frequentemente assediados e atacados por seu trabalho, e para muitos jornalistas e ONGs, a prisão de Golunov representou uma nova etapa da pressão sobre a mídia na Rússia.

Fonte: Portal Imprensa