Jornalistas presos e canal de TV fora do ar na Venezuela


13/02/2014


Ao menos dois jornalistas foram presos e um canal colombiano de notícias foi tirado por ar na televisão a cabo nesta quarta-feira, 12 de fevereiro, durante os protestos contra o governo na Venezuela. Os detidos são o fotógrafo Rafael Hernández, da revista Exceso e o blogueiro Ángel Matute. O canal de notícias colombiano NTN24, que vinha fazendo uma ampla cobertura dos protestos, teve o sinal cortado em duas provedoras de TV a cabo.

Em outro incidente com veículos de comunicação, uma equipe de jornalistas da agência France Presse teve a câmera de vídeo roubada. Segundo a agência, nela havia imagens da repressão policial aos manifestantes. Uma câmera de um fotógrafo da Associated Press também foi roubada por manifestantes chavistas.

Segundo Marco Ruiz, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Imprensa (SNTP, na sigla em espanhol), o fotógrafo da revista Exceso foi preso e levado para um quartel da polícia enquanto cobria a manifestação de quarta-feira. Matute também foi detido e levado para uma sede regional da Guarda Bolivariana.

“Medidas como essa buscam aprofundar a autocensura, afeando a liberdade de expressão dos venezuelanos”, disse o líder sindical.

No final da noite, manifestantes antichavistas atacaram a sede da TV estatal VTV.

Manifestações

Os protestos contra o Presidente Nicolas Maduro começaram na terça-feira, 11 de fevereiro, convocadas para marcar o Dia do Estudante em várias cidades do país, transformaram-se em atos contra o governo apoiados por líderes da oposição. Maduro acusou os estudantes de tentar derrubá-lo e convocou universitários chavistas para marcharem para respaldá-lo.

A onda de violência deixou três mortos e 26 feridos. Mais de 30 pessoas foram presas em Caracas. Carros foram incendiados enquanto manifestantes apedrejavam a polícia, que usou bombas de gás lacrimogêneo.

De acordo com o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, uma das vítimas era de Juan Montoya, de 40 anos, militante chavista, líder comunitário no bairro 23 de Enero. A outra vítima foi Bassil da Acosta, estudante da Universidad Alejandro Humboldt, que foi baleado na cabeça.

*Com informações do Estado de S. Paulo e de agência de notícias.