Um carinho especial pela paixão nacional


05/12/2007


Marcia Martins
07/12/2007

A paixão pelo futebol já o fez ganhar prêmios e agora é tema de um livro — “que ainda não tem nome, nem data para ser lançado”. Trabalhando atualmente em Brasília, como freelancer para o jornal esportivo Lance!, do Rio de Janeiro, Adalberto Marques consegue assim unir a profissão com o prazer — tanto que as coberturas que mais lhe trazem boas lembranças estão relacionadas ao futebol:
— Ao longo da vida, sempre me interessei pelo esporte. Gosto de fazer cobertura do Campeonato Brasileiro Séries A, B e C, da Copa do Brasil, da Copa Sul-Americana, da Taça Libertadores da América, do Campeonato Brasiliense, de eliminatórias da Copa do Mundo… Já fui, e ainda sou, pautado para todos eles, em muitas edições. Como repórter-fotográfico, gosto de qualquer pauta, mas tenho um carinho especial pelo futebol, a paixão nacional.

Essa paixão deu a Adalberto dois prêmios. Em 2005, ganhou o troféu Bola de Ouro, premiação dedicada aos profissionais que se destacaram na imprensa esportiva nacional. Este ano, recebeu o Mané Garrincha, como destaque da imprensa esportiva do Distrito Federal em 2006.

Adalberto começou a fotografar com 12 anos, e sempre tomava a iniciativa de registrar os momentos mais importantes da família:
— Meu interesse era tanto que acabei ganhando do meu pai uma Olympus OM-1.

O início da carreira, como acontece com muitos fotógrafos, foi registrando casamentos, aniversários e outros eventos. Quando se deu conta, já publicava fotos em pequenos jornais de bairro:
— Ainda muito jovem, descobri que meu sonho era ser um profissional de imprensa. Quando vi minhas primeiras imagens nos tablóides, eu já sabia o que queria.

Sem bis

Até chegar ao esportivo Lance!, Adalberto passou pelo Correio Braziliense, o Jornal de Brasília, o Jornal da Comunidade, o Jornal Coletivo, a revista Caras, a Federação Brasiliense de Futebol e a Federação Goiana de Futevôlei. Hoje, também faz frilas para assessorias de imprensa de vários ministros de Estado. Para ele, em sua profissão, tanto o iniciante quanto o veterano têm que ter sensibilidade, profundo conhecimento de seu equipamento e atenção em tudo o que estiver à sua volta para registrar uma boa imagem:
— O momento não tem bis, a notícia não espera. O clique é único.

Trabalhando com equipamentos digitais, Adalberto diz estar hoje muito mais preocupado com a qualidade da imagem do que com a arte em suas fotos, embora sempre busque um ângulo diferenciado nas coberturas esportivas. Em sua opinião, o fotojornalismo e a fotografia artística são dois segmentos distintos:
— Aprecio a foto artística, gosto muito, mas não é minha área de atuação. Minha praia é a notícia do cotidiano, os fatos a cada dia renovados. Tenho que matar um leão a cada pauta. No fotojornalismo, tudo é correria, por mais simples e sem pressa que pareça ser a matéria.

Ele afirma também que “o fotojornalismo atual nunca vai ser o do passado”. Isto porque as novas tecnologias que despontam fazem com que o profissional tenha que se manter em eterna aprendizagem:
— Quando pensamos que estamos adaptados para o hoje, vem uma novidade tecnológica e, queira ou não, interfere e muda um pouco a maneira de a gente trabalhar.

Com 43 anos, o fotógrafo não se inspira em outros profissionais, mas admira o trabalho de alguns, entre eles Júlio César Guimarães e Sérgio Moraes, que atuam no Rio de Janeiro — “mesmo sem conhecê-los, acompanho o trabalho dos dois” —, Roberto Castro, da IstoÉ, Francisco Stuckert, do Jornal de Brasília e Ivaldo Cavalcante, do Hoje em Dia. Quanto a seus projetos, além do livro com imagens do futebol, mantém um acervo de fotos inéditas que pretende transformar em exposição.  


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