Michel Temer pede a suspensão do inquérito no STF


21/05/2017


O presidente da República, Michel Temer, durante pronunciamento oficial, disse que vai pedir ao STF, a suspensão de inquérito até que gravação seja periciada (José Cruz/Agência Brasil)

A defesa de Michel Temer ingressou na tarde deste sábado (20) no STF (Supremo Tribunal Federal) com pedido de suspensão de inquérito aberto contra o presidente por corrupção, obstrução de justiça e formação de organização criminosa.

A petição foi apresentada pelo escritório do advogado criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, amigo do presidente. Nela, é questionada a validade de gravação feita pelo empresário Joesley Batista em conversa com o peemedebista.

Para a defesa do presidente, o áudio apresenta falhas e foi adulterado, o que compromete as acusações feitas contra o peemedebista. O argumento é que a investigação não pode prosseguir enquanto não for analisada a validade da gravação.

Horas antes, em pronunciamento, o presidente afirmou que a gravação foi “fraudulenta e manipulada” e atacou o delator Joesley Batista, da JBS.

“Ele cometeu o crime perfeito. Enganou os brasileiros e agora mora nos Estados Unidos. Quero observar a todos vocês as incoerências entre o áudio e o teor do depoimento. Isso compromete a lisura de todo o processo por ele desencadeado”, criticou.

Temer chamou de “pífia” a acusação de corrupção pela qual é investigado no STF e disse que continuará à frente do governo.

Ele iniciou a sua fala citando reportagem da Folha em que Ricardo Caires dos Santos, perito judicial pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, aponta em laudo que a conversa entre Temer e Joesley sofreu mais de 50 edições.

“E registro que eu li hoje notícia do jornal Folha de S.Paulo de que a perícia constatou que houve edição do áudio de minha conversa com o senhor Joesley Batista. Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos”, disse.