PM quer criar regras para coberturas policiais


09/11/2011


 
A Polícia Militar do Rio de Janeiro anunciou nesta segunda-feira, 7 de novembro, que pretende discutir com os sindicatos de jornalistas e cinegrafistas novos métodos de atuação da imprensa na cobertura de operações policiais. A medida foi anunciada após a morte do cinegrafista Gelson Domingos, da Rede Bandeirantes, no último domingo, dia 6. De acordo com o Coronel Erir Ribeiro da Costa Filho, comandante-geral da PM-RJ, os jornalistas devem obedecer às instruções dos policiais e não ultrapassar os limites determinados pelos policiais.
 
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O Comandante-Geral afirmou que novos critérios serão discutidos em conjunto com os sindicatos de jornalista e cinegrafistas, para estabelecer o limite ideal entre a segurança e o livre exercício da profissão:
— Vamos tentar reunir os sindicatos dos cinegrafistas e dos jornalistas para ter um critério de segurança. Quando um policial falar ‘daqui não pode passar’, que eles entendam e, por segurança, obedeçam a orientação.
 
 
O Coronel Frederico Caldas, Coordenador de Comunicação Social da PM-RJ acrescentou:
— Sabemos que a palavra “limite” tem conotação preocupante para a mídia, mas temos de ter limites, sim. É um momento importante para que os profissionais de imprensa reflitam sobre o seu papel.
 
 
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro vê com bons olhos a discussão. Segundo a Presidente Suzana Blass, “Precisamos repensar como a cobertura é feita. Repórter não pode ficar em igualdade de condições com policial, que está na linha de tiro.”
 
 
Já Marcelo Moreira, Diretor do International News Safety Institute (INSI) da América Latina, acredita que o limite deve ser decidido pelo próprio jornalista:
— A imposição de limites deve ser uma norma do repórter. Nenhuma cobertura vale a vida de um jornalista, mas não é a polícia que vai determinar se a imprensa vai fazer aquele trabalho ou não. O trabalho do jornalista é informar./DIV>

 
 
Fernando Rodrigues, Presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), defende outro tipo de discussão:
— O jornalista deve ser municiado por informações para ter capacidade de conhecer o grau de risco de determinada situação. Mais importante que discutir a criação de uma área de exclusão para jornalistas é debater os procedimentos que devem ser adotados para garantir a integridade física do profissional.
 
 
* Com informações do Estado de S. Paulo