O que é o MAB


06/04/2006


Criado no início dos anos 70, aos poucos o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ganhou dimensão nacional. Sua história é marcada por lutas para garantir os direitos das vítimas de construções de usinas hidrelétricas, entre elas camponeses, pequenos agricultores, sem-terra, índios, pescadores, ribeirinhos, quilombolas e mineradores.

De acordo com estatísticas do movimento, são mais de 1 milhão de pessoas expulsas de suas terras, “de forma ditatorial”, para a construção de barragens; de cada cem famílias atingidas, 70 têm seus direitos negados pelas empresas construtoras; e, nos próximos três anos, cerca de cem mil famílias estão ameaçadas pelo interesse de empresas transnacionais. 

O MAB tem representações regionais em 15 estados brasileiros. Entre seus objetivos está a criação de um Projeto Popular para o Brasil, baseado nos valores e princípios do movimento, que defende também a construção de um novo modelo energético alternativo e popular, comprometido com a preservação dos recursos naturais.

Segundo informações disponíveis no site do MAB (www.mabnacional.org.br), a construção das usinas hidrelétricas de Sobradinho, Itaparica, Itapu, Itá e Machadinho e Tucuruí levou à fundação do movimento. Ainda de acordo com o site, estas obras — que desalojaram milhares de pessoas — apresentam até hoje problemas sociais e ambientais pendentes de solução.

Usina hidrelétrica de Itá

Desde o III Congresso Nacional promovido pelo MAB, em 1996, o movimento vem lutando por uma nova política energética que assegure a participação popular no planejamento, decisão e execução das construções de usinas, priorizando questões sociais e ambientais, além de corrigir as distorções existentes no setor elétrico, acabando com desperdícios na transmissão, execução e consumo de energia, bem como o fim dos subsídios aos grandes consumidores.

O Movimento dos Atingidos por Barragens defende ainda que se invista na busca de novas fontes de energia, como a solar e a eólica.