Mulheres voltam a protestar por seus direitos


Por Gloria Alvarez (diretora da Comissão de Mulheres e LGBTQIA+) e Comba Marques Porto (colaboradora da ABI, advogada e ativista desde 1975)

No próximo dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, mais uma vez, as feministas do Rio de Janeiro estarão realizando uma passeata no Centro da cidade. O ponto de partida será às 16h30, em frente à Igreja da Candelária, rumo à Cinelândia, pela Avenida Rio Branco. A passeata é tradição desde 1983, quando o protesto foi cheio de ironia e bom humor com caracterizações de vítimas de preconceitos morais e sociais como “a rainha do lar”, “ a outra”. “solteirona” e “prostituta”.
Durante a ditadura, as ativistas estavam impedidas de promover manifestações. Mas, desde 1975, já se articulavam. Na cidade do Rio de Janeiro foi criado o Centro da Mulher Brasileira, ponto de encontro, onde foram delineadas as linhas de ação do movimento.

Com a abertura política, a passeata de 1983 deu excelente visibilidade ao movimento, passando a ser, desde então, mais um canal, não só de ampla divulgação da agenda feminista, como também de apoio à campanha pela redemocratização do país, cuja consolidação somente ocorreu com a aprovação da Constituição de 1988.

À passeata deste ano, levaremos para a avenida Rio Branco nosso repúdio às guerras genocidas que matam mulheres e crianças. Mas sem esquecer as nossas reivindicações fundamentais:
• A garantia dos direitos conquistados e amparados pela Constituição de 1988;
• O enfrentamento a todas as formas de agressões de gênero, com foco na violência sexual, doméstica e familiar; obstétrica, emocional e econômica.
• A equidade de gênero na representação política dos Poderes de Estado;
• A equidade de gênero nas relações laborais, tanto no que toca à remuneração, quanto à ocupação dos postos de trabalho;
• A atenção à saúde, considerada dever do Estado – atendidas e respeitadas as diversidades de gênero e os direitos reprodutivos;
• O atendimento às pessoas que gestam, compreendida a assistência ao pré-natal, parto, pós-parto e aleitamento;
• A orientação quanto à contracepção, a gratuidade dos métodos contraceptivos;
• O aborto seguro até 12 semanas de gestação;
• A descriminalização do aborto.

Veja a convocação da diretora da Comissão da Mulher e LGBTQIA+ da ABI, Glória Alvarez:

Veja a convocação da diretora de Cultura da ABI, Iara Cruz, para a passeata do Dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher:

Veja o depoimento da diretora da Comissão de Tecnologia e Inovação da ABI, Lia Ribeiro Dias: