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Jornalista Sandro Vaia morre em São Paulo, aos 72 anos


Por Claudia Sanches

04/04/2016


sandro vaia foto

Morreu neste sábado (2) o jornalista Sandro Vaia, aos 72 anos, após uma cirurgia gástrica. Ele estava internado há três semanas no Hospital 9 de julho, em São Paulo, e teve falência múltiplas dos órgãos. Vaia foi diretor de redação do jornal O Estado de S.Paulo.

Sandro Vaia nasceu na Itália e morou no Peru e na Bolívia antes de, aos 6 anos, mudar-se para o Brasil, fugindo das catástrofes da Segunda Guerra Mundial. Vaia publicou dois livros: A ilha roubada: Yoani, a blogueira que abalou Cuba e Armênio Guedes – Sereno Guerreiro da Liberdade.
Além dos mais de 30 anos dedicados ao Grupo Estado (onde foi também diretor de informação da Agência Estado), o jornalista trabalhou na equipe que fundou o “Jornal da Tarde”, na década de 60, onde foi repórter, redator, subeditor e editor. Vaia foi também editor executivo da revista Afinal.

Vaia se orgulhava da reforma que implantou no “Estadão” , ao lado do editor-chefe Roberto Gazzi, que rendeu vários prêmios ao jornal. Obsessivo com a precisão da informação, irritava-se quando encontrava falhas na apuração negligente. O pior, para ele, era o que ele definia como “edição preguiçosa, o acabamento final desleixado das matérias”. “O leitor merece um afago”, dizia ele, referindo-se às reportagens narrativas.

O jornalista era conhecido pelos seus hábitos, inclusive o de ser um leitor voraz.

Descobriu sua vocação numa visita que fez com seus pai ao “Estadão”, um “jornalão de letras miúdas”, aos onze anos. Desde muito cedo suas redações eram elogiadas pelos professores. O menino, sempre com um livro embaixo do braço, começou a trabalhar em uma fábrica com a morte de seu pai, e foi para o jornalismo através do jornalista Antônio Galdino, que o levou para o “Diário de Jundiaí”, onde passou a escrever uma coluna sobre questões sindicais.

Há dez anos Vaia se dedicava às plataformas digitais. Os amigos usaram as redes sociais para prestar homenagem ao colega neste último domingo (3).

Sandro deixa a mulher, Vera, a filha Giuliana e a neta, Ana Luisa.

Homenagem a Vaio no O Antagonista

Sandro Vaia e a qualidade do ar

Sandro Vaia morreu.

Ele foi diretor do Estadão. Ele foi também colaborador de O Antagonista.

Eu, Diogo, logo depois da estréia do site, pedi para que ele nos enviasse uma frase por semana.

Ele topou imediatamente.

Expliquei que não tínhamos dinheiro para pagá-lo.

Ele respondeu:

“Não tenho aspirações profissionais a esta altura da vida. Só aspiro a desinfetar um pouco o ar poluído que respiramos neste país”.

Com sua morte, a qualidade do ar piora um bocado.