Mianmar: Clinton pede libertação de repórteres


09/01/2018


Os repórteres Wa Lone e Kyaw Soe Oo

O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton pediu na segunda-feira pela libertação imediata dos dois jornalistas da Reuters detidos em Mianmar.

“Uma imprensa livre é fundamental para uma sociedade livre — a detenção de jornalistas em qualquer lugar é inaceitável. Os jornalistas da Reuters sendo mantidos em Mianmar devem ser libertados imediatamente”, disse Clinton, em publicação no Twitter.

Mianmar acusou os repórteres da Reuters Wa Lone, de 31 anos, e Kyaw Soe Oo, de 27, de violarem a pouco usada lei de segredos oficiais, que data da era colonial britânica do país.

Os jornalistas devem comparecer a um tribunal na cidade de Yangon na quarta-feira. Essa será sua segunda aparição em um tribunal, e a promotoria pode requerer que acusações sejam apresentadas contra eles.

Jornalistas questionam paradeiro da dupla

Um grupo de repórteres de Mianmar pediu ao governo nesta segunda-feira detalhes sobre a prisão de dois jornalistas da Reuters no mês passado, argumentando que o caso pode ter implicações na habilidade dos jornalistas para fazerem seus trabalhos, disseram dois membros do grupo.

Os dois jornalistas da Reuters, Wa Lone, de 31 anos, e Kyaw Soe Oo, de 27 anos, estão sendo investigados por suspeitas de violar a Lei Oficial de Segredos, uma lei pouco usada que existe desde a época do regime colonial britânico.

Eles haviam trabalhado na cobertura da Reuters de uma crise no Estado de Rakhine, no leste do país, onde acredita-se que 655 mil muçulmanos rohingya fugiram de uma repressão militar que ocorreu após ataques militantes contra forças da segurança.

Os dois devem se apresentar em tribunal na quarta-feira, no que será a segunda vez que se apresentam e o procurador pode pedir que as acusações sejam arquivadas.

Doze repórteres da capital de Mianmar, Naypyitaw, disseram ter feito o pedido ao Ministério do Interior por mais informações sobre o caso em concordância com a lei de mídia.

“O governo não deu uma explicação suficientemente adequada ao país”, disse à Reuters Nyan Hlaing Lynn, chefe de redação da revista Frontier Myanmar.