Justiça condena milicianos do Batan

O ex-policial civil Odinei Fernandes da Silva e Davi Liberato de Araújo foram condenados nesta quarta-feira, 12 de agosto, a pena de 31 anos de reclusão pelos crimes de tortura, quadrilha armada e roubo. A A sentença foi dada pelo Juiz Alexandre Abrahão, da 1ª Vara Criminal de Bangu (zona Oeste).

Sobre os dois pesava acusação de que faziam parte do grupo de e milicianos que torturou e roubou uma equipe de reportagem e o motorista do jornal O Dia, em 14 de maio de 2008, na Favela do Batan, na Zona Oeste. Segundo foi divulgado pelo G1 (Portal de Notícias da Globo) na sentença o magistrado afirma que “o processo demonstra que os suspeitos constrangeram as vítimas com emprego de violência e grave ameaça, causando-lhes sofrimento físico e mental com o fim de obter informações”. Na ocasião, além da violência física, os funcionários de O Dia tiveram alguns pertences roubados, como celulares, máquina fotográfica e dinheiro, que não foram recuperados.

Alexandre Freeland

A condenação dos milicianos foi recebida com grande alegria no jornal. O Diretor de Redação Alexandre Freeland considerou a sentença exemplar e disse que este momento já era esperado por todos:
— Nós sempre tivemos a certeza que a justiça seria feita, principalmente pela coragem que a equipe demonstrou desde o primeiro momento e a correção da Polícia Civil e do Ministério Público, que resultou em uma sentença exemplar. Trata-se de uma decisão histórica para a democracia e o livre exercício do jornalismo, declarou o jornalista.

O caso de seqüestro e tortura dos profissionais de O Dia foi amplamente divulgado no ABI Online e tema da reportagem “O terror da milícia que seqüestra e tortura”, do Jornal da ABI, edição nº 330. Alexandre Freeland fez questão de lembrar o apoio que o jornal e a sua equipe de reportagem receberam da entidade: 
— Desde o início desse processo a ABI nos apoiou. Faço questão de reafirmar o nosso carinho e respeito pela entidade, pelo apoio e o suporte que demonstrou à equipe de O Dia nesse momento.

Relembre o caso

Em 14 de maio deste ano, por volta das 21h, dentro da Favela do Batan, os denunciados e seus comparsas, ao descobrir que uma equipe de reportagem do jornal O Dia, com três integrantes, estava morando na localidade para apurar o envolvimento de policiais na milícia. Levadas a uma casa em Gericinó, as vítimas foram torturadas (por mais de sete horas) com socos, chutes, pontapés, asfixia com saco plástico, empalação e ameaça de roleta-russa com revólver. Para o promotor que acompanhou o caso, o objetivo era obter informações quanto ao material jornalístico, incluindo fotos, que foram colhidos no local. Após a tortura, os denunciados roubaram das vítimas celulares, MP3, televisores, celulares e documentos.

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