Protesto contra salário atrasado gera justa causa


15/09/2016


maxresdefaultO Portal Comunique-se postou que três jornalistas do Correio Popular, de Campinas, que lideraram um movimento de protesto, realizado no último dia 10, contra atraso de salários, vale refeição e férias foram demitidos por justa causa. Com as dispensas, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) denuncia “prática antissindical e assedio moral” por parte do comando da Rede Anhanguera de Comunicação (RAC), grupo responsável pela manutenção dos jornais Correio Popular e Notícias Já, também baseado em Campinas.

Para a entidade, houve por parte da empresa de comunicação “clara retaliação ao protesto”. Ao repudiar as demissões, a instituição reforça que os profissionais exerceram direito em divulgar a “dura realidade e a incerteza que a categoria enfrenta há sete meses”.

O Comunique-se acrescenta que o SJSP garante que levará o caso à Justiça do Trabalho para exigir a reintegração dos comunicadores – isso, caso a direção da RAC não abrir diálogo com o sindicato até o fim da tarde dessa sexta-feira, 16. Além de recorrer ao poder Judiciário, a entidade pontua que se o pedido não for atendido, os jornalistas remanescentes nas redações dos veículos da casa deverão entrar em greve ainda nesta semana.

Problemas salariais

O SJSP afirma que os problemas enfrentados ultimamente pelos funcionários da Rede Anhanguera de Comunicação vão além de atrasos de salário, vale refeição e férias. A instituição afirma que funcionários chegaram a ter de enfrentar o “leão”, uma vez que a empresa de comunicação não estaria “fazendo corretamente o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), da previdência social (INSS) e do Imposto de Renda”, o que levou “vários profissionais a caírem na malha fina”.

“Como se não bastasse desrespeitar seus trabalhadores com tantos meses de atrasos e outras irregularidades, a RAC ainda tenta justificar sua atitude no documento enviado aos demitidos, no qual a empresa escancara que a participação no protesto motivou a rescisão de contrato, pois ‘as atitudes tiveram o condão de quebrar a confiança necessária para manutenção do vínculo de emprego, autorizando a rescisão por justa causa’”, reclama, por fim, o sindicato. Até o momento, a direção da RAC não comentou as demissões.