11/05/2017
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou nesta quarta-feira (10) a prisão de Sergio Contreras, diretor de redes sociais do jornal “El Nuevo País” e da revista “Zeta”, ambos venezuelanos, e expressou sua preocupação com a continuidade da repressão aos protestos contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
O jornal O Globo publicou que Sergio Contreras foi detido antes do início das manifestações convocadas pela Mesa de Unidade Democrática (MUD) até o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). O repórter também é dirigente político do partido Vontade Popular (VP) e professor da Universidade Católica Andrés Bello.
Em entrevista ao jornal espanhol “ABC”, o vice-presidente do jornal e da revista que Contreras trabalha, Francisco Poleo, contou que o jornalista foi rodeado por seis policiais e detido. Líderes políticos que tentaram ajudá-lo foram dispersados com gás lacrimogêneo e o paradeiro do repórter ainda é desconhecido. O deputado venezuelano Luis Florido, presidente da Comissão Exterior da Assembleia Nacional, relatou no seu Twitter que Contreras também foi agredido e atacado com gás de pimenta.
De acordo com o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa, desde o início dos protestos na Venezuela 119 jornalistas já foram agredidos. A SIP já havia condenado a Venezuela pela agressão a repórteres durante as manifestações. Um dos casos de agressão que mais chamou atenção foi o de Elyangélica González, correspondente da rádio colombiana Caracol, que foi agredida por uma dezena de militares quando cobria uma manifestação estudantil. Ela foi jogada no chão, chutada e arrastada pelos cabelos.
Roberto Rock, presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação e diretor do jornal mexicano “La Silla Rota”, também condenou a contínua perseguição à imprensa e aos cidadãos venezuelanos que exercem seu direito de se expressar através dos protestos. Rock adicionou que é responsabilidade das autoridades informar sobre o paradeiro de Contreras e as acusações contra ele.